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CASO ENCERRADO
Ator fala da tristeza pelo fim da série "Ally McBeal"
Greg Germann diz que o elenco sofreu como se alguém tivesse morrido,
mas admite que a fórmula se esgotou
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MILLY LACOMBE
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES
ELES JÁ esperavam por isso, mas,
mesmo assim, quando a notícia foi
dada pela voz do próprio criador da série, David E.Kelley, o elenco de "Ally
McBeal" sentou e chorou. "Foi muito
dolorido para todos nós", disse ao TV
Folha, por telefone, o ator Greg Germann, que durante cinco anos interpretou o irrequieto e excêntrico advogado
Richard Fish.
"Sabíamos que David estava vindo à
gravação para nos dar oficialmente a informação, mas não conseguimos conter
a emoção. Foi desconcertante. A sensação era de que alguém tinha morrido",
afirmou Germann, 40.
Na entrevista, concedida do set, durante os ensaios para a gravação do último
episódio da série (que será exibido no
próximo dia 20 nos Estados Unidos), o
ator contou ainda que tinha certeza de
que "Ally" não poderia ser estendida por
mais um ano. "Rompemos várias barreiras e excedemos em originalidade desde
a nossa estréia, em 97. Exatamente por
isso, depois de cinco anos, não tínhamos
muito para onde ir. Não sei o que mais
David poderia fazer com esses personagens", disse Germann, que agora pretende tirar umas férias prolongadas antes de
procurar outro emprego. "Muito provavelmente, irei ao Brasil", afirmou, depois
de fazer detalhadas perguntas sobre o
Carnaval brasileiro.
Mas, de fato, a comédia musical e dramática "Ally McBeal", aclamada por críticos quando foi lançada, revitalizando a
carreira do ex-advogado Kelley e fazendo com que a imprensa parasse de citá-lo
como o marido de Michelle Pfeiffer, foi
um marco na comédia televisiva americana. "A diferença entre "Ally" e meus outros projetos é que a série deu certo", costuma dizer Kelley. Tão certo que faturou
vários Emmys. Embevecido pelo sucesso
de crítica e público, o roteirista/produtor
engajou-se na criação de outras séries,
como "Boston Public" e "The Practice".
Mas, desde a temporada passada,
"Ally" vinha apresentando índices anoréxicos de audiência. Mais precisamente,
uma perda de 25% dos telespectadores.
Assim, Kelley e a Fox decidiram que era
hora de pendurar as minissaias de Calista Flockhart.
A atriz, por sua vez, há mais de um ano
se prepara para esse dia, programando,
inclusive, uma longa estada no Caribe
com o filho que adotou durante a terceira temporada do show. Planos, evidentemente, feitos antes que ela iniciasse o romance com o ator Harrison Ford.
Mas Flockhart, que deve ao personagem o status de celebridade hollywoodiana, desenvolveu um mecanismo de
defesa para não sentir tanta falta de Ally.
"Mantive um diário secreto por anos
no set", disse a atriz à televisão americana. "Nele, escrevia tudo de ruim que
acontecia durante as filmagens." Dessa
forma, Flockhart imagina que, quando
olhar para trás, vai lembrar que nem tudo foram flores.
Para o bem ou para o mal, Ally, sua esquizofrenia não diagnosticada e as peripécias de um bando de advogados em
Boston vão fazer falta. A comédia, citada,
diversas vezes como "fenômeno cultural
revolucionário" e, pela semanal "Time",
como a responsável direta pelo reaquecimento da discussão sobre o feminismo
pós moderno, inaugurou um novo gênero televisivo. Além disso, colocou a rede
em destaque no disputado jogo entre as
emissoras abertas americanas.
Agora, a Fox, associada mais uma vez
ao "workaholic" Kelley, prepara-se para
lançar "Girls Club", uma comédia que
seguirá a trajetória de três jovens advogadas em Nova York e que está, enquanto você lê essas linhas, contratando seu
elenco. Para muitos dentro do estúdio,
"Girls Club" vai ser a continuação vitaminada de "Ally". Mas, mais do que isso,
a nova série de Kelley pretende fazer com
que o gênero televisivo que ele criou em
97 permaneça vivo.
No Brasil Os fãs brasileiros da série
podem assisti-la tanto na TV paga quanto na aberta. O canal Fox está exibindo
essa última temporada às quintas-feiras,
às 21h, com reprise aos sábados, às 15h.
Desde abril, o canal intercala três episódios inéditos com um que já foi ao ar. O último capítulo tem exibição prevista para 13 de junho.
Na TV Gazeta, está indo ao ar, em versão dublada, a primeira temporada,
sempre às quartas-feiras, às 22h15. Segundo a emissora, a audiência oscila entre 1 e 1,5 ponto (cada ponto equivale a 47
mil domicílios da Grande SP sintonizados na atração). A Gazeta atualmente detém apenas os direitos de exibição da primeira temporada.
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