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Scooby-doo dá uma prova de seu carisma ao ganhar a tela grande
JOSÉ AGUIAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Depois de mais de 30 anos frustrando planos de bandidos vestidos
de fantasma ou monstro, a trupe de
combatentes do crime mais inusitada da
história dos desenhos animados ganhou
o cinema, numa versão com atores e um
cão digital.
"Scooby-doo", o filme, em cartaz nos
cinemas brasileiros, é a celebração do carisma do protótipo de mauricinho
Freddy, da patricinha Daphne, da "nerd"
Welma, do esfomeado Salsicha e, claro,
de um cão da raça Great Dane, que dá o
título da série.
Por sinal, o estrambólico nome do cachorrão surgiu quando um produtor da
rede americana CBS ouviu o seguinte
trecho da música "Strangers in the
Night" de Frank Sinatra: "dooby dooby
doo". Antes disso, a série se chamaria
"Whos S-s-s-s-cared?" (Quem está
comm-m-m-edo?).
Essa primeira versão do desenho, criada pelo desenhista IwaoTakamoto e pelos roteiristas Ken Spears e Joe Ruby, foi
recusada pela emissora, que o achou por
demais sombrio. Rebatizado o projeto,
Scooby, de coadjuvante, tornou-se o astro. Decisão acertada, tanto que é um dos
desenhos mais longevos da historia da
televisão.
Foi no dia 13 de setembro de 1969 que a
"Máquina do Mistério", o furgão psicodélico da trupe, fez sua primeira viagem.
De lá para cá, foram nove diferentes versões. Na mais estapafúrdia de todas, de
1972, o desenho contou com convidados
ilustres: Os Três Patetas, O Gordo e o
Magro, a Família Adams, King Kong (!) e
até Batman e Robin.
Isso sem falar nas várias séries de adolescentes acompanhados por animal falante (Tutubarão, Gloober...) que surgiram na cola de "Scooby-doo". Até mesmo o Bionicão, cão-robô do Falcão Azul,
nada mais é do que uma variante de
Scooby.
Apesar da fórmula batida ao extremo,
e até das especulações maldosas que rondam a turma (Fred e Daphne teriam um
caso mal resolvido, Welma seria lésbica e
Salsicha, chegado num entorpecente, razão de sua aparência anêmica e do apetite descomunal), o desenho resiste até hoje, e pode ser visto na programação do
Cartoon.
Outra frase eternizada na memória dos
fãs foi cortesia do veterano dublador Mário Monjardim: "Scooby-Doo, cadê você, meu filho?". Num lance de criatividade, ele quem deu um sotaque meio nordestino ao personagem Salsicha (cujo
nome original, Shaggy, significa descabelado), assegurando seu carisma por
aqui.
Fato raro, no mundo da dublagem,
tanto ele como Orlando Drumond (o
Seu Peru da "Escolinha do Professor Raimundo") fazem as vozes dos personagens desde a primeira versão. Drumond,
além das vozes de ilustres como o marinheiro Popeye e Alf, entre tantos, é o próprio Scooby. A ponto de ser quase inconcebível imaginar o personagem com a
voz de outra pessoa.
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