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SEM TIAZINHA NEM PEGADINHA
Baixaria é descartada no "game" "Jogos de Família", que estréia dia 28
Otaviano volta ao ar no novo espírito da Record
RODRIGO RAINHO
DA REDAÇÃO
O apresentador Otaviano
Costa vai inaugurar a nova programação de entretenimento da Record no
próximo dia 28, às 21h, com o "game
show" "Jogos de Família" e uma preocupação: não baixar o nível para obter
audiência.
Segundo ele, a ordem da emissora é
evitar quadros esdrúxulos. "Na reunião
com Clodomir dos Santos [vice-presidente da Record], foi determinado que
o programa não tenha apelação, baixaria e não explore pessoas", diz Otaviano.
"Nunca fiz questão de usar as mulheres para conquistar audiência. Herdei
aqueles quadros do "H" [apresentado
por Luciano Huck na Band]. Sou contra
pegadinhas, testes de fidelidade e outros
quadros de gosto duvidoso. Saí de um
produto com feiticeiras, tiazinhas e gêmeos, mal administrado, sem conteúdo
e sem qualidade."
"Jogos de Família" vai colocar em
confronto duas famílias por programa
-às segundas, terças e quintas. O grupo que vencer mais provas leva o prêmio, ainda não definido pela emissora.
"Queremos famílias mais irreverentes,
que não sejam passivas", diz o apresentador, de 29 anos.
A ambientação e o principal coadjuvante do programa são inspirados no
"Sai de Baixo", que a Globo exibiu até
pouco tempo atrás. Os cenários reproduzem ambientes comuns de uma residência -lavanderia, cozinha, banheiro,
quarto e sala. A "governanta do lar", a
exemplo da funcionária do programa
global, dará o toque de humor.
As provas são simples: representações
de funções rotineiras das donas-de-casa
e dos moradores. Troca de lâmpadas,
conserto do prato, lavagem das roupas,
limpeza do piso e alimentação do cachorro. Na prova "Salário Mínimo", a
produção oferece um valor em dinheiro
às famílias, que ficam incumbidas de
não estourar o orçamento da casa.
Personalidades famosas serão escaladas para interagir com as famílias, e, na
platéia, estarão vizinhos e parentes dos
competidores. "O programa tem seus
diferenciais, com pais, filhos e avós, as
três gerações", conta Otaviano.
O merchandising, forma de publicidade comum em programas de auditório, entrará no palco "carregado" por
funcionários de uma companhia de
transporte. "Vamos disputar os pontos
[do ibope] da noite com filmes e novelas. É um desafio perigoso, mas que estimula", afirma Otaviano. "A TV é maltratada, temos de oferecer qualidade. O
apresentador, um formador de opinião,
deve ter responsabilidade."
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