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POLÍCIA PARA QUEM PRECISA
Gil Gomes questiona cenas chocantes à tarde
DA REDAÇÃO
No arrastão de programas policiais que proliferam na TV aberta,
o radialista Gil Gomes ficou de fora. Um
dos pioneiros do gênero no "Aqui Agora", exibido pelo SBT entre 1990 e 1997,
ele diz não saber por que sobrou.
"Dei os maiores índices de audiência
no "Aqui Agora", tenho 44 anos de jornalismo policial, mas a TV é como o futebol: questão de momento. Se me derem uma chance, volto a ser líder", diz.
Ele entra na discussão sobre a exibição
de cenas violentas à tarde, horário em
que crianças com idades entre 4 e 11
anos compõem até 25% da audiência,
segundo o Ibope.
"Infelizmente, a realidade é muito
triste, não sei se é preciso mostrar imagens fortes nesse horário. Tudo depende de como você apresenta. Não sei se a
solução é chocar, mas temos que chamar a atenção das autoridades."
Gomes, 62, atualmente apresenta programas na Rádio Tupi. Acorda às 4h,
entra no ar às 6h30 e pára duas horas depois. Mais tarde, das 12h às 13h, retorna
ao microfone. "Não vejo muito TV, pois
chego em casa às 16h e vou descansar."
Ele não acredita que esteja fora do ar
por ter sido bombardeado com acusações de sensacionalismo e insensibilidade no trato de dramas humanos na TV.
"Os grandes escritores, jornalistas, pintores, sempre tiveram oposição. Há os
falsos moralistas. Muitos achavam que
não se deveria mostrar doenças como a
aids, mas é preciso falar para evitar a
propagação. A violência é a maior preocupação de todos", diz com a inflexão
costumeira.
(MARCELO MIGLIACCIO)
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