"Liga da Justiça" recria "Superamigos" com nova estética

JOSÉ AGUIAR
FREE LANCE PARA A FOLHA

A "LIGA DA JUSTIÇA", que estreou há poucas semanas no Cartoon Network, é um remake do célebre "Superamigos". A primeira versão para a TV, produzida entre 1973 e 1985, foi de tudo um pouco. De baboseira infantilóide a uma divertida ficção animada.
Começou estrambólica, algo como Scooby Doo fazendo estágio na Sala de Justiça. Imagine Batman, Robin, Super-Homem, Mulher Maravilha e Aquaman acompanhados do seboso Cão Maravilha e dos adolescentes bobocas Wendy e Marvin. A trupe dava lições de moral em jovens encrencados, nas mais bocejantes aventuras de que se tem notícia.
Depois, vieram "Supergêmeos". Aqueles irmãos que, ao tocarem as mãos viravam animal (Jaina) e líquido (Zan), seguidos pelo atrapalhado macaco azul, Gleec. Foram aventuras deliciosamente infames como quando os heróis se transformaram nos personagens de "O Mágico de Oz". Mas os vilões mesmo eram a Legião do Mal, e os combates renderam boas aventuras em que cada herói descia a lenha em seu antagonista favorito.
Como o desenho queria agradar a todo mundo, no melhor estilo politicamente correto, introduziu heróis de várias etnias: o mexicano Eldorado, o afro Vulcão Negro, o nipônico Samurai e o Chefe Apache, um índio. Além desses, outros heróis das HQs (Flash, Lanterna Verde...) davam uma força.
Nos anos 80, somem os gêmeos, e os roteiros melhoram com o surgimento de Darkseid, o ditador do planeta Apokolips que planeja dominar a Terra e, de lambuja, desposar a Mulher Maravilha. E quem não queria?
Hoje, o desenho antigo, ainda exibido no SBT, rende deliciosas sátiras nos intervalos do Cartoon. Sendo Aquaman o alvo preferido das piadas dos animadores do canal.
Mas, voltando ao novíssimo "Liga da Justiça", quando os heróis percebem que devem unir forças, Flash indaga: "Como Superamigos?". No que Super-Homem prontamente responde: "Eu pensava numa Liga da Justiça". Afinal, não só o público cresce com o passar dos anos. Heróis também amadurecem.


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