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ENTREVISTA BABI
"Nunca me senti na "geladeira"
"Não acho grave que
as pessoas queiram
se experimentar em
condições diferentes
de convívio e, por
consequência, viver
seus 15 ou mais
minutos de fama"
"Ilha da Sedução", próximo "reality show"
do SBT, com estréia marcada para 1º de agosto, testará quatro casais. Os maridos conviverão com 13 solteiras, e as mulheres, com 13
solteiros. A intenção é descobrir quem resistirá e quais duplas continuarão juntas.
A apresentadora do programa é Anna Bárbara Xavier, 27 , a Babi. Fora do ar desde dezembro passado, quando o "Programa Livre" deixou de existir, ela falou ao TV Folha
sobre "Ilha", sua relação com o SBT e seu
tempo de "geladeira".
DA REPORTAGEM LOCAL
Como foi a produção de "Ilha da Sedução"? Você também ficou confinada na
ilha, tinha contato com os casais e com os
solteiros fora das gravações?
A realização desse programa contou
com o trabalho em conjunto de quatro
empresas: Fox, SBT, Promofilm e Total
Entertainment. Todos se comunicavam
numa fusão curiosa de inglês, português
e espanhol. Eu embarquei para a ilha no
dia 13 de maio e saí de lá no dia 2 de junho. Gravamos tudo em dois resorts, um
em cada lado da ilha, em que namoradas
e solteiros e namorados e solteiras estavam hospedados. Eu não me hospedei
com eles. Fiquei num terceiro resort, no
meio do trajeto, entre um e outro. Só tive
contato com os participantes enquanto
gravava. Esse é um programa em que a
produção não convive com os participantes nem interfere no curso dos acontecimentos, portanto minha atuação foi
intermediar as conversas, promover a
comunicação com o telespectador.
Você sentiu alguma diferença em relação à produção de "Ilha" e de outros programas dos quais você participou, na MTV
e no SBT?
Sim. Existem diferenças nos métodos
de gravação. Metade da equipe era argentina, com pessoas com experiência
em "reality shows" como o "Survivor".
Muitos brasileiros da equipe técnica estavam trabalhando num "reality" pela
primeira vez, mas não deixaram nada a
dever para os argentinos.
Cada emissora de TV tem a sua linguagem, e a linguagem do programa eu já
conhecia, pois esse é um projeto que corre o mundo e é produzido em vários países. Meu equilíbrio emocional foi fundamental para jamais influenciar ninguém.
Apresentar esse "reality" foi uma experiência única: não havia premiação,
competições, nem vencedores. Não era
um jogo, e as pessoas estavam ali por decisão própria, fazendo suas escolhas e
testando limites do seu relacionamento.
Você teve de assistir a "Temptation Island" antes de fazer o programa? Quais as
principais diferenças entre o original e a
versão brasileira?
Assisti às fitas do programa americano,
principalmente para ter uma idéia do
que esperavam de mim. Claro que o trabalho do apresentador americano, Mark
Walberg, homônimo do ator de cinema,
me serviu de referência. Ser mulher foi
uma vantagem. As mulheres são sempre
muito atentas aos detalhes. Tenho, também, consciência das diferenças culturais quando o assunto é amor e relacionamento. O brasileiro tem um jeito de
demonstrar os seus afetos e desafetos
muito mais explosivo, passional. O telespectador brasileiro vai se colocar, mesmo, no lugar de cada participante, vai
sentir na pele cada dúvida, cada emoção.
E o melhor: sem legendas.
O formato "reality show", de programas como "Big Brother" e "Casa dos Artistas", agrada a você?
Gosto de tudo que acompanha as
nuances e as mudanças de comportamento. Num primeiro momento, não
acho grave que as pessoas queiram se experimentar em condições diferentes de
convívio e, por consequência, viver seus
15 ou mais minutos de fama. Andy Warhol previu isso.
Como você analisa o final do "Programa
Livre"? Há uma intenção sua ou da emissora de voltar a fazer algo para jovens?
O "Programa Livre" foi uma maravilhosa oportunidade para que eu aprendesse sobre mim mesma e sobre o que é
ser uma apresentadora. Isso eu agradeço
ao Silvio Santos, que um dia viu o meu
trabalho e se dispôs a apostar em mim.
Para mim, o final desse trabalho significa o início de novos e diferentes desafios.
Há quem afirme que quem sai da MTV
só consegue se dar bem se fizer algo completamente diferente daquilo que fazia
no canal musical. Você acredita nisso?
Na verdade, eu não penso nisso. Um
ano de trabalho na MTV, que eu amei,
foi um início do meu foco direto no jovem, mas não determina a profissional
que eu sou. Ter trabalhado em "Ilha" só
ampliou meu gosto por questões comportamentais. Não penso em me desvincular de nenhum trabalho que fiz.
Em algum momento você se sentiu na
"geladeira" do SBT? Passou pela sua cabeça a possibilidade de deixar a emissora
enquanto esteve fora do ar?
Pelo relacionamento que tenho com a
empresa, nunca me senti na tal da "geladeira". Uma coisa
que gosto de deixar clara é que sigo
todas as orientações do Silvio sem
pestanejar, e ele dá
espaço para as minhas idéias, minhas opiniões.
Sempre houve
muito respeito na
minha relação
profissional com o
SBT e no meu contrato, que ainda
correrá por um
ano e meio, até o
fim de 2003. Eu não penso hoje em mudanças, mas em cumprir o meu contrato
da melhor forma, trabalhando o meu
melhor na emissora que me contratou e
que, portanto, quer que eu cresça.
(RODRIGO DIONISIO)
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