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Aretha e Guto falam da fama precoce
FREE LANCE PARA A FOLHA
Quem sentiu o gosto da fama ainda na
infância conhece bem as consequências. "Minha vida era anormal. Perdi festinhas e não consegui manter amizades",
diz Aretha Marcos, 28, que, a partir dos
seis, se apresentou em 15 especiais infantis na TV, entre eles "Plunct Plact Zum",
"Pirlimpimpim" e "Arca de Noé".
Aretha, filha dos cantores Antônio
Marcos (1946-1992) e Vanusa, acha "perigoso" ficar famoso muito cedo. "Você
conhece uma face muito colorida da vida
e, se não tiver alguém que mostre o outro
lado, acaba acreditando que só existe o
bom. Pode ser traumatizante."
Aos 17 anos, indecisa quanto a cantar
ou interpretar, ela acabou se afastando
da mídia. Hoje, está decidida a cantar,
mas as coisas mudaram. "Quando eu era
criança e fazia sucesso, as portas estavam
sempre abertas para os meus projetos.
Hoje em dia, não é mais assim, enfrento
as mesmas dificuldades que qualquer artista, e isso às vezes fica difícil de levar
numa boa."
Guto Franco, 43, filho do cantor
Moacyr Franco, também conheceu cedo
a notoriedade, atuando ao lado do pai na
extinta TV Excelsior, na década de 60:
"Para mim foi muito difícil, o programa
era ao vivo, uma coisa psicologicamente
desgastante. Perdi minha infância e coisas importantes da minha vida que não
posso recuperar. Minha mãe faleceu
quando eu tinha cinco anos, e, naquela
época, eu trabalhava como gente grande
na televisão", diz
Guto, hoje no elenco do humorístico
"A Praça É Nossa" (SBT), afirma ser contra a participação de crianças em programas de TV: "Não recomendo, não acho
que criança deva trabalhar nesse meio.
Porque quem conduz as coisas às vezes
não tem uma preocupação com a pedagogia da criança, e isso pode provocar
traumas".
(PP)
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