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Al-Jazeera promete o outro lado
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES
Se 90% das informações televisivas sobre a possível guerra virão praticamente
de uma mesma fonte noticiosa, há uma
pequena emissora azarona que quer garantir o acesso do mundo ocidental ao
"outro lado".
Trata-se da Al-Jazeera, a "CNN do
Oriente Médio", que transmite do mesmo minúsculo país árabe que os EUA escolheram para montar o centro de suas
operações, o Qatar.
"Podemos competir preenchendo o espaço de informação que falta, oferecendo uma perspectiva do mundo árabe e
do ponto de vista do Iraque", disse Joanne Tucker, responsável pelos projetos de
língua inglesa do canal.
Exclusividade parece ser mesmo a tônica da Al-Jazeera. Tem sido assim com
os pronunciamentos supostamente feitos pelo terrorista saudita Osama bin Laden, adquiridos pela rede e licenciados
para o resto do mundo.
CNN e ABC já são freguesas assíduas
da Al-Jazeera, fundada pela família de
um emir do Qatar, o xeque Hamad bin
Khalifa Al Thani, que desembolsou US$
137 milhões na criação da emissora.
Com um orçamento anual em torno de
US$ 10 milhões, a rede lança um site em
inglês ainda neste mês e, até o final de
2004, a versão inglesa deverá ir ao ar via
satélite.
O canal também tem se esmerado em
ser independente em relação aos temas
polêmicos do Oriente Médio. Um exemplo é o programa "The Opposite Direction" (A Direção Oposta), no qual dois
representantes de facções divergentes
debatem temas como a normalização
das relações com Israel ou a abolição da
poligamia no mundo árabe.
(ALESSANDRA VITÓRIA)
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