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Globo e Band têm planos de enviar suas tropas
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à crise econômica da TV no
Brasil, a cobertura jornalística local deverá ser restrita. Até agora, apenas Globo e Bandeirantes planejam enviar equipes às áreas de conflito.
Carlos Henrique Schroder, diretor da
Central Globo de Jornalismo, elabora a
cobertura desde outubro de 2002. O plano prevê envio de uma a quatro equipes,
com repórteres, cinegrafistas e produtores que sairão de Nova York e Londres.
De acordo com ele, o canal pago Globo
News ficará ao vivo o dia todo com reportagens de correspondentes na Europa e nos EUA e comentários de analistas
no estúdio. A Globo usará o "kit correspondente", aparelho que permite mandar imagens pela internet, em tempo
real, sem uso de satélites.
Fernando Mitre, diretor de jornalismo
da Bandeirantes, também já criou um
"núcleo de guerra". Segundo ele, há vários repórteres com passaporte pronto.
Assim que as batalhas começarem, a
Band exibirá reportagens especiais já
produzidas por Herbert Moraes, que esteve no Iraque, voltou ao Brasil, mas continua com as malas prontas.
As outras redes deverão trabalhar com
material de agências internacionais ou,
no máximo, contratar free-lancers nos
locais de conflito.
Diante disso, o desafio será "filtrar"
imagens e textos vindos das TVs dos
EUA. "Essa será uma cobertura de uma
versão só, a do Exército norte-americano", afirmou Marco Antônio Coelho, diretor de jornalismo da Cultura.
"Estamos tentando nos calçar para
mostrar o outro lado", disse. "Temos
contato com a Al-Jazeera, que nos cede o
material. Também será importante explorar a divisão política da Europa, que
trará diversidade de informações."
Dácio Nitrini, diretor do "Jornal da Record", afirmou que a emissora desistiu
de enviar profissionais ao Iraque depois
de fazer os orçamentos das viagens.
"Os repórteres têm a atuação monitorada pelos exércitos. À distância, podemos usar várias fontes", disse.
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