São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002 |
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Autor de "Esperança" diz que a nova trama não repetirá as suas outras novelas Genes iguais
FERNANDA DANNEMANN FREE LANCE PARA A FOLHA
SOB A LENTE do diretor Luiz Fernando Carvalho, na Itália dos anos
30, Antônio Fagundes e Raul Cortez são
dois italianos inimigos. Mesmo assim,
membros de suas famílias vivem uma
paixão proibida. Depois dos 20 capítulos
iniciais, "Esperança", que substituirá "O
Clone" a partir de amanhã, se desenrola
em São Paulo. Na cidade, efervescente
pela política de Getúlio Vargas, o café e a
briga pela terra fazem pano de fundo na
nova trama de Benedito Ruy Barbosa.
Você já viu essa novela? O autor, diz
que não. ""Esperança" não tem nada a ver
com "Terra Nostra". Não há nenhum
ponto de contato entre as duas. Dizem
que a semelhança começa pelo elenco só
porque tenho alguns atores com os quais
sempre adorei trabalhar", diz ele. "Agora
abordo outros povos, e a história, que está mais condimentada, não será dividida
em fases."
Ao ver as chamadas comerciais, muita
gente pensou nos sucessos anteriores de
Benedito, principalmente quando Priscila Fantin sussurrou "amore mio!" para
Reynaldo Gianecchini. Diante de uma
história que evoca a imigração italiana
para o Brasil, mais precisamente, para
São Paulo, foi natural a impressão de que
a nova novela fosse uma clonagem de
"Terra Nostra" (vendida para cerca de 60
países). E com genes de "Os Imigrantes"
(Band, 1981) e "O Rei do Gado", que
também tratou da imigração italiana e
com a qual Raul Cortez marcou grande
parte do público ao interpretar o velho
Jeremias Berdinazzi, inimigo de Bruno
Mezenga, personagem de Fagundes, como acontecerá agora em "Esperança".
Assim como em "Terra Nostra", "Esperança", tem luz e fotografia bem cuidadas como nos melhores filmes. Há
exuberância nos cenários - seja a paisagem real de Civita ou a São Paulo cenográfica, que Luiz Fernando Carvalho define como "mais orgânica" que as de novelas anteriores. "Buscamos a humanização da cenografia", diz ele, que ganhou
um espaço de 13.500 metros quadrados
no complexo da Globo em Jacarepaguá
(zona oeste do Rio), com direito a árvores numeradas pelo Ibama e córrego
que, represado, virou o rio Itoró.
O projeto também conta com soluções
inovadoras, como o toldo especial que,
preso a um trilho sobre a avenida Paulista dos anos 30, permite controlar a luz
solar e até transformar o dia em noite.
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