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"Seu Jorge é um professor"
ANDRÉA BELTRÃO
QUANDO eu era criança, via
muito o Zé Bonitinho na televisão e adorava, achava genial, era louca por ele. Eu o perdi de vista na adolescência, até que, um dia, fui a uma
exposição do [artista plástico] Maurício Arraes, sobre personagens da cultura popular, e me encantei com um
quadro em que está o Zé Bonitinho
fazendo charme para uma moça
-que digo que sou eu. Esse
quadro está comigo há 20
anos. Quando fui fazer a "Ópera Rock", com o Branco Melo,
faltava um ator, uma pessoa
que fosse surpreendente, maluca, estranha e genial, uma figura que tivesse muita força.
Depois de várias reuniões aqui em casa, o Branco olhou o quadro, que fica
numa parede grande da sala, e sugeriu
convidar o Loredo. Aceitei na hora.
Foi maravilhoso, e a peça virou uma
homenagem: ele tem o topete do jeito
que gosta, o casaco como pediu; nós
perguntávamos a ele o quê ele queria,
tudo era para agradar ao "seu" Jorge.
Ensaiamos por dois meses, às vezes
até de madrugada, e ele estava sempre
lá, no maior bom humor, com a maior
classe, sentado no canto com seu cigarro
e o cafezinho, elegantérrimo no blazer. É
um barato ficar ao lado dele; a conversa é
maravilhosa. Todo o elenco se apaixonou por ele, dos atores às camareiras. É
uma pessoa maravilhosa e merece ser
capa de revista um milhão de vezes. É
uma graça trabalhar com alguém que te
ensina. O seu Jorge é o máximo.
Andréa Beltrão é atriz e produtora
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