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O "REI MIDAS" TAMBÉM ERRA
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Jogadas de Silvio Santos às vezes não dão certo
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Cena da série "Guerra nas Estrelas", que teve audiência menor que a da "Praça É Nossa" |
Além da "Casa 3", que termina hoje, a série "Guerra nas Estrelas", o "Falando Francamen te" e o "reality" "Popstars" não tiveram a audiência esperada
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CARLA MENEGHINI
DA REPORTAGEM LOCAL
TODO MUNDO erra na mão de vez
em quando. Até mesmo Silvio Santos, aclamado como gênio da TV depois
do sucesso da primeira edição de "Casa
dos Artistas", que pela primeira vez provocou derrotas do "Fantástico" no domingo.
Ultimamente, as já tradicionais mudanças súbitas na programação ordenadas pelo dono do SBT não têm surtido
efeito desejado nos índices do Ibope para
a Grande São Paulo.
"Casa dos Artistas 3", que termina hoje, é um bom exemplo disso: Silvio misturou fãs e artistas no elenco, escalou Agnaldo Timóteo e Carola Oliveira (que
participou pela segunda vez do programa), dois reconhecidos "barraqueiros",
e instalou de última hora a regra do empate, que garante a permanência de ambos os concorrentes que estiverem na
berlinda .
Mas não adiantou: "Casa 3" termina
hoje sem esperanças de alcançar os 47
pontos de média na audiência atingidos
pela final da primeira "Casa" e com ainda oito participantes na disputa dos prêmios de R$ 400 mil e R$ 100 mil. Cada
ponto de audiência equivale a 47 mil domicílios sintonizados na atração na
Grande São Paulo.
"Para que pudéssemos manter o tempo total do programa, de duas horas, resolvemos limitar a 20 o número de ligações, mesmo quando empatasse", diz Alfonso Autrin, supervisor de "Casa dos
Artistas" e superintendente de engenharia do SBT.
Até domingo passado, a média de audiência dominical de "Casa 3" era de 27,5
pontos. Na "Casa 2" esse índice foi de
33,2 pontos, e na primeira "Casa", de
43,8 pontos.
Mudanças Outra aposta de Silvio
Santos, o "reality show" "Popstars" teve,
até semana passada, média 12,4 pontos,
3,2 abaixo do índice médio do horário
antes da estréia do programa, em 27 de
abril.
A substituição do humorístico "A Praça É Nossa" por filmes da série "Guerra
nas Estrelas" durante o mês de junho
também não aumentou o ibope: os filmes deram média de 12,7 pontos, enquanto a "Praça", transferida temporariamente para as tardes de domingo, costumava alcançar média de 13,1 pontos.
A novela "Marisol", adaptação brasileira da trama homônima mexicana, ainda não atingiu a média mensal do Ibope
que costumava ser alcançado por "Amor
e Ódio", folhetim mexicano que ocupava
o horário antes de sua estréia, em abril.
"Amor e Ódio" deu média de 14,6 pontos
em seu último mês de exibição, e "Marisol", que tem no elenco Bárbara Paz e
Alexandre Frota, da "Casa 1", chegou a
13,9 pontos em abril, caiu para 12,3 pontos em maio e rendeu 14,3 em junho.
No ar desde maio, o programa vespertino "Falando Francamente" também
deixou a desejar em audiência. A média
do programa nos três últimos meses é de
6,1 pontos, 3,2 abaixo da média que a
emissora conquistava no horário antes
da estréia.
Tática "O Silvio [Santos] sempre diz
que a guerra contra a Globo não pode ser
frontal, mas deve usar táticas de guerrilha: os soldados mudam de posição de
acordo com os movimentos do inimigo", conta Arlindo Silva, 73, autor de "A
Fantástica História de Silvio Santos",
biografia do empresário com quem trabalhou como assessor durante 25 anos.
Para Arlindo, "todas as manobras na
programação realizadas por Silvio têm
como objetivo acompanhar os movimentos da concorrência".
Um apresentador que trabalhou por
anos no SBT -e que teve seu programa
mudado de horário várias vezes por ordem de Silvio- diz que todos na emissora têm de se acostumar com isso. Segundo ele, Silvio dava mais importância
às planilhas do Ibope do que às suas
idéias sobre a produção que conduzia.
Os efeitos das mudanças na programação também atingem os anunciantes. "É
comum que Silvio Santos segure um
programa sem "break" (intervalo) e só
solte quando a concorrente também soltar; isso cria uma situação um pouco
chata com o anunciante, que pagou por
um determinado horário e, muitas vezes,
vê seu anúncio prejudicado", diz o diretor de mídia da agência de publicidade
Carioca, Agenilson Santos.
Para o diretor de mídia da DPZ, Flávio
Rezende, o SBT melhorou muito nos últimos três anos e já não mexe tanto na
grade como fazia. "Na época, Silvio Santos quase perdeu diversos anunciantes
por causa disso, e as agências não tinham
nem como recomendar o SBT, mas agora ele aprendeu."
O dono do SBT não quis falar com a reportagem. Veja a entrevista com o diretor de programação da emissora, Mauro
Lissoni, na página abaixo.
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