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HABILITAÇÃO
Motoristas procuram cursos para suprir lacuna de auto-escola
Aulas de reforço ajudam a vencer curvas e medos
Fernando Moraes/Folha Imagem
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A cantora Graziela Yeb, habilitada havia quase dez anos, fez curso de desinibição ao volante para vencer o medo de dirigir |
DA REDAÇÃO
Para tentar suprir a lacuna de
formação, motoristas novos ou
experientes buscam cursos de pilotagem. Aprendem ali manobras
básicas, mas que não foram ensinadas nas auto-escolas, como
desviar de obstáculos e fazer ultrapassagens em estradas.
O empresário José Alarico Rebouças Junior, 28, que obteve habilitação para pilotar motocicletas
em novembro do ano passado,
procurou o curso da escola Radical Sport porque estava com dificuldade para enfrentar trilhas.
"Na moto-escola, tive zero de
preparo. Era só decorar o circuito,
nem precisava trocar de marcha."
Ele afirma que passou por várias
situações de risco na rua. "A gente
não tem noção, não sabe como
freia, como acelera."
A cantora Graziela Yeb, 27, também procurou ajuda especializada. Foi atrás do curso de desinibição ao volante de Luiz Fonseca.
Ela obteve habilitação há quase
dez anos, mas passou a maior
parte desse tempo sem dirigir.
"Fiquei com medo do trânsito em
São Paulo. Em cidades menores,
conseguia dirigir, mas não aqui."
Segundo ela, faltou preparo na
auto-escola. "A gente não sai
pronta para lidar com a confusão
diária, não temos vivência do
trânsito geral. Só tinha aula em
ruas tranqüilas."
Celebridade
O primeiro contato com o volante de um carro traz muitas
lembranças -a maioria delas
boas, quase todas significativas,
algumas traumáticas.
Como a da pequena Li'l Bit, personagem de 11 anos interpretada
pela atriz Andréa Beltrão, 40, na
peça "Como Aprendi a Dirigir um
Carro", em cartaz em São Paulo
só até o próximo domingo (dia 9),
no Espaço Cultural Vivo (0/xx/
11/3188-4147).
O espetáculo mostra como Li'l
Bit foi molestada sexualmente pelo tio Peck (Paulo Betti), que a ensinava a dirigir.
Diferentemente da personagem, Andréa Beltrão não tem do
que reclamar. Obteve sua habilitação aos 24 anos na auto-escola
Fon-Fon, no Rio de Janeiro, que
ela achou "ótima".
"Aprendi na auto-escola e, ao
mesmo tempo, com o meu padrasto, Luiz Alberto." Diz que foi
uma boa formação paralela. "Sei
que tenho de ficar com as duas
mãos ao volante, verificar espelhos e antecipar o que os outros
motoristas vão fazer. Modéstia à
parte, dirijo muito bem."
Ela recomenda o espetáculo para quem se interessa por teatro ou
por carros. "Caso não goste muito
da peça, vai pelo menos sair dirigindo melhor", brinca.
Berço
O piloto de F-1 Felipe Massa, 23,
afirma ter tomado as primeiras
"aulas" de direção no colo do pai,
Luiz Antônio, aos cinco anos.
"Eu segurava o volante quando
a gente dava umas voltinhas pelo
condomínio fechado onde ele
mora até hoje, em Botucatu
(230 km a noroeste de São Paulo).
Nem lembro mais qual era o carro. Aos sete, já dirigia sozinho,
mas ele, claro, ia ao meu lado", rememora o piloto.
Massa freqüentou uma auto-escola em São Paulo e a aprovou.
"Acho que não ficou faltando nada em termos de como dirigir no
trânsito e de segurança. Talvez as
auto-escolas devessem dar mais
aulas práticas, mas cada caso é um
caso."
(ARMANDO PEREIRA FILHO)
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