|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IMPORTADO
Outras sofrem mesma pressão, diz diretor da Abeiva
Suzuki encerra importações, mas afirma que marca não sai do país
DA REDAÇÃO
A Suzuki do Brasil anunciou, na
última semana, o encerramento
das atividades de importação e
distribuição de automóveis no
país. Para tranquilizar proprietários, a empresa afirma que as autorizadas permanecem prestando
assistência técnica, serviços em
garantia e fornecimento de peças.
"A marca não sai do país. Paramos com a importação de veículos zero-quilômetro", diz Ricardo
Pellegrini, 40, diretor de vendas e
marketing. Segundo ele, o número gratuito de atendimento ao
cliente continua funcionando
normalmente.
Pellegrini nega que a concorrência entre Grand Vitara e Chevrolet Tracker tenha contribuído
para a decisão. De acordo com o
diretor, os fatores determinantes
foram a elevada taxa de câmbio e
a alíquota de importação.
"Não existe indicativo de que a
importação possa se tornar viável
novamente. Mas também não
posso afirmar que não vá acontecer", conta o executivo.
Com a decisão de a Suzuki sair
do país, o recém-lançado Eco-
Sport, utilitário esportivo da
Ford, deixa de ter a concorrência
do jipe Ignis -supostamente seu
maior rival, se considerada a faixa
de preço dos dois modelos, entre
R$ 30 mil e R$ 40 mil.
De origem japonesa, a marca
deixa o Brasil após 12 anos, quando a Suzuki do Brasil Automóveis
Importação e Exportação iniciou
as atividades. Bem-aceita no país,
ficou conhecida pelos jipes, sobretudo o Vitara e o Grand Vitara.
Em 1997, por exemplo, foram
vendidos mais de 4.000 carros.
Em 2000, a linha foi ampliada,
com o XL7, utilitário esportivo de
maior porte, e o Ignis, voltado ao
público mais jovem.
A Suzuki faz parte da Abeiva
(Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos
Automotores), bem como BMW,
Ferrari, Kia, Jaguar, Maserati,
Porsche e SsangYong. De acordo
com Luiz Carlos Mello, 61, diretor-executivo da entidade, todas
elas sofrem a mesma pressão que
a marca de origem japonesa.
"O problema do importado não
está apenas do câmbio, mas na
alíquota de importação de 35%",
afirma, citando Daewoo e Daihatsu como exemplos de marcas que
deixaram o país há pouco tempo.
"Nossa expectativa é que o governo encare a questão de maneira menos dogmática, abrindo
mais para a importação." Para o
diretor, "o grande ganho de montadoras e mercado locais, que é a
pressão dos importados [para o
incremento tecnológico no Brasil", pode deixar de existir".
"Todos estão aqui com posição
firme de continuar", diz, esclarecendo que a queda de vendas de
2001 para 2002 foi de 40%.
"Relutamos muito para decidir
pelo encerramento de nossos negócios", lamentou o presidente da
Suzuki no país, Toshio Ozawa.
"Somos gratos a todos os que nos
adquiriram nossos automóveis."
(LUÍS PEREZ)
Suzuki do Brasil: 0800-121334.
Texto Anterior: "Scooter": Sundown Fifty faz seu condutor sofrer até mesmo no "on-road" Próximo Texto: Mercado: Brasil foi o 8º produtor de 2002 Índice
|