São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008 |
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Demanda reprimida e facilidade de crédito fazem Brasil produzir
3 milhões de carros neste ano; Folha e Mauá avaliam o desempenho dos líderes de 11 categorias
JOSÉ AUGUSTO AMORIM EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS Basta sair de casa para ver como o mercado automobilístico está aquecido. Na capital paulista, um percurso que antes levava dez minutos pode exigir, hoje, até uma hora. Pudera: em 2002, foram emplacados 1.150.568 carros de passeio, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Cinco anos depois, o número foi de 1.557.250. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) estima que, em 2008, sejam produzidas 3 milhões de unidades. Para seu presidente, Jackson Schneider, a explicação está na demanda reprimida. "Carro sempre foi objeto de desejo do brasileiro." Com a chance de prever o longo prazo, o cliente encarou um financiamento. Letícia Costa, vice-presidente da consultoria Booz & Company Brasil, concorda: "Até recentemente, as taxas de juros estavam em queda, e o volume de crédito disponibilizado, crescendo. Esses dois fatores, aliados à confiança do consumidor, permitiram o crescimento nas vendas". Assim, o mercado deve fechar este ano 20% maior que o de 2007 no país. E o dólar barato permitirá a importação de 400 mil carros. Tanto número somado aos carros já existentes resulta numa frota circulante brasileira de 26 milhões, a mesma da Espanha. A Fiat, pelo sétimo ano, é a montadora que tem se dado melhor. Colocou nas ruas, no primeiro semestre, 335.812 automóveis e comerciais leves, aponta a Anfavea. O novo Gol, porém, empurrou a Volkswagen: a Fenabrave indica que, em agosto, ficou com 24,98% do mercado de carros de passeio contra 25,11% da Fiat. Estabilização Após tanto crescimento, Schneider vê uma acomodação do mercado já em 2008. Ele lembra que há um efeito matemático, já que o segundo semestre de 2007 foi maior que o primeiro. "O ritmo de crescimento será menor", pontua. O presidente da Anfavea também aponta uma outra questão que vai mexer com os financiamentos. "O aumento dos juros ainda não chegou totalmente à ponta do varejo." O crédito fácil, porém, tem mudado de feição. De acordo com a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), o leasing já é a opção favorita: financiou 38% dos carros vendidos até junho. O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) ficou com 25%. A mudança reflete como o bolso do brasileiro é sensível. "O tamanho da parcela e o custo são fatores determinantes para a definição do melhor financiamento", diz Costa. Especial Aproveitando este momento ímpar da indústria, a Folha traça um raio-X dos líderes de 11 categorias, levando em conta os dados de emplacamento compilados pela Fenabrave entre janeiro e julho deste ano. Só ficou de fora o Hyundai Azera, o mais vendido entre os sedãs importados, pois a montadora não o disponibilizou. Próximo Texto: Hatch - compacto: Brasil compra robustez do Gol há mais de 20 anos Índice |
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