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QUEBRADEIRA
Para representantes de associação dos profissionais, estratégias das montadoras geram alguns dos problemas
Mecânicos revelam as panes mais comuns
ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Com o relato de alguns sintomas, os mecânicos nem precisam
abrir a tampa do capô do carro
para saber qual é o defeito do
modelo. A Folha procurou 20
mecânicos particulares, que revelam os casos que mais chegam
às suas oficinas e contam como
solucionaram cada um deles.
Os profissionais fazem parte de
uma associação que discute os casos, troca informações e procura
soluções. "Do mesmo modo que
há o Mercosul e a União Européia,
criamos associações para ficarmos mais ativos no mercado
competitivo", diz Antônio Gaspar
de Oliveira, consultor técnico do
Sindirepa (Sindicato da Indústria
de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo).
Um dos casos comuns relatados
pelos mecânicos afetou o microempresário Hamilton da Silva,
44, que sofreu dois anos com seu
Fiat Palio 1.0 16V. O veículo tinha
pane no sistema elétrico.
Sérgio Martins, dono da Ipiranga Elétrica, conta que os Palio que
têm vários equipamentos originais, como ar-condicionado e vidros elétricos, consomem mais, e
o alternador não consegue suprir
a carga necessária. ""É comum trocarem a bateria e o alternador,
mas é preciso aumentar a grossura do cabo que liga os dois."
Ar-condicionado
Outra unanimidade entre os
mecânicos consultados é o problema de entupimento do corpo
da borboleta. As montadoras
prorrogaram a primeira revisão
para 20 mil quilômetros, o que
ajuda a carbonização do motor.
O mecânico Paulo Corradi Júnior diz que, em carros que rodam mais na cidade, o óleo sintético fica preto. O sensor de temperatura cria uma crosta de carbono, o que prejudica as medições.
Assim, o sensor manda informações erradas para o módulo central da injeção eletrônica.
O motor começa a oscilar: fica
acelerado ou morre. ""É de suma
importância que o motorista não
caia no marketing das montadoras e cheque o óleo a cada 5.000
quilômetros", diz Corradi.
Outro problema comum ocorre
no ar-condicionado. "O filtro de
ar fica saturado, e o fluxo [da ventilação] diminui, aquecendo a cabine", afirma Rodrigo Mizukami,
da Nissei. Em geral, os motoristas
desconhecem esse filtro, que custa R$ 60 instalado.
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