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OUTRO LADO
Fábricas admitem alguns defeitos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A maioria das fábricas reconhece os defeitos apontados pelos
mecânicos ouvidos pela Folha.
Segundo a Fiat, os defeitos de
ar-condicionado apontados pelos
mecânicos ocorrem por erro na
instalação. "O kit original de fábrica já prevê que seja trocado o
chicote. Se isso não acontecer, o
fio [original, que é mais fino] pode esquentar, e a corrente não
passa", diz Carlos Henrique Ferreira, assessor técnico da fábrica.
A Ford desconhece problemas
no Ka. De acordo com Fernando
Ribeiro, gerente de engenharia de
serviço, algumas unidades do
Fiesta 1.0 e da Courier apresentaram falha no motor não porque
os fios do chicote são curtos, mas
devido ao fato de ficarem tensionados. "Não conseguimos descobrir se era um defeito na linha de
montagem ou quando o carro ia
para a funilaria, por exemplo."
Gás
A direção de qualidade da Renault informa que poucos carros
tiveram problema com o sensor
de ponto morto, mas o departamento de pós-venda instruiu as
autorizadas a fazer uma intervenção no conector. O defeito também foi eliminado na fábrica.
Já a Chevrolet reconhece que
Astra e Zafira podem ter problemas na marcha lenta: "98% dos
casos são em carros transformados a gás", afirma Henrique Pereira, gerente de engenharia de
motores da Powertrain. As empresas que fazem a conversão trocam a válvula de aceleração e o
atuador, causando o defeito.
A General Motors nega que haja
interferência do ar-condicionado
na sonda lambda. Ser ou não
aquecida e a quantidade de fios
depende do combustível e se o
motor tem oito ou 16 válvulas.
"No Salão de São Paulo [em
2000], conversei com um engenheiro da Toyota e expus o defeito. Ele foi à minha oficina para ver
como resolvia o problema", diz
Rodrigo Mizukami, da Nissei Ar-Condicionados, de Campinas (95
km a noroeste de São Paulo).
Procurada pela Folha, a Toyota
não se manifestou. A Volkswagen
também não respondeu.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)
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