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USADOS
Carros vendidos em leilões são mais baratos, mas é preciso cuidado antes de fechar negócio, já que não têm garantia
Veículo leiloado custa até 30% menos
ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se o motorista aceitar correr riscos fora das ruas, pode ser um
bom negócio comprar um carro
em leilão. O bem custa, em média,
de 15% a 30% menos que nas lojas. Não é à toa que o número de
pessoas físicas tem crescido nesses eventos, e os pregões acontecem todo dia, em especial nas cidades ao redor da capital paulista.
Sérgio Vila Nova de Freitas, leiloeiro oficial da Freitas Leilões, diz
que 60% das notas que emite são
para consumidores que compram pela primeira vez num pregão. ""Eles estão conseguindo
mais informações e se interessando pela modalidade", declara.
Mas não convém se empolgar.
Até os leiloeiros pedem cautela
para evitar comprar gato por lebre e depois não ter a quem recorrer. "No primeiro leilão, o comprador não deve adquirir nada, só
prestar atenção aos detalhes,
principalmente à condição dos
veículos", diz Roberto Mauro, leiloeiro da Sodré Santoro.
O presidente da Assovesp (associação dos revendedores), George
Assad Chahade, é contra esse tipo
de venda. "Todos querem fazer
um bom negócio, mas o leiloeiro
não se responsabiliza pela procedência e pelo estado do veículo."
Ele alerta que há risco de arrependimento nas compras motivadas por valor final mais baixo.
"Só depois de todos os reparos,
principalmente os dos defeitos
ocultos, conclui-se que comprar
um modelo igual em uma loja
custaria o mesmo", compara.
Por isso, é importante consultar
o sindicato dos leiloeiros para se
certificar de que o profissional é
idôneo. A orientação do Procon
(Fundação de Proteção e Defesa
do Consumidor) é atestar que o
evento é feito por um profissional
matriculado na Junta Comercial.
Origem
As frotas leiloadas têm várias
procedências. Podem ser veículos
que bancos e financeiras tomam
de inadimplentes, carros de empresas ou de locadoras, recuperados de roubos ou batidos ou mesmo usados por funcionários de
montadoras. Fábricas como Ford,
Mercedes-Benz e Volkswagen se
tornaram clientes dos leiloeiros.
"São veículos com baixíssima
quilometragem, usados por gerentes de fábricas, que trocam de
carro todo ano. Eles têm uma valorização maior que os outros veículos, mas podem ser adquiridos,
em média, por 15% menos que o
valor de mercado", comenta Jacques Fernandes, preposto do leiloeiro oficial Ronaldo Milan.
Modelos de Ferrari, Porsche e
Audi e até raridades como um
Volkswagen Fusca 66 são encontrados. Mas o grande volume de
vendas é de "populares", que representam 70% das ofertas.
O mercado de leilões cresce 20%
ao ano. Em média são vendidos
30 mil veículos por ano em São
Paulo. Para 2004, a expectativa é
de 50 mil carros. A maioria dos
leiloeiros não aceita carros particulares por desconhecer a origem.
Junta Comercial: 0/xx/11/3826-7599;
Sindicato dos Leiloeiros: 0/xx/11/
6447-2110; Procon: 1512
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