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"Sistemas dão falsa idéia de proteção"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O uso de aparatos que avisam o
motorista que ele está com sono
não é certeza de que a viagem
ocorrerá sem problemas. "Esses
sistemas dão a falsa idéia de proteção, o que encoraja a dirigir cansado", diz Fabio Racy, presidente
da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
A Renault desistiu de vender
seu sistema anti-sono porque não
estava segura se ele seria 100% eficaz. Mesmo assim, divide a conta
de 2 milhões com o grupo PSA
Peugeot Citroën para manter um
laboratório que estuda acidentes e
comportamento humano.
Sob a picape
Quem também duvida dos mecanismos é o DJ Cleber Port, 27.
Depois de cochilar enquanto dirigia na marginal Tietê, ele só acordou quando seu Chevrolet Corsa
bateu em uma Chevrolet S10.
No acidente, há três meses, Port
diz ter cometido outro erro: "Pensei em parar, mas achei que estava
perto e que não custaria andar
mais alguns minutos".
"Não adianta enfrentar o sono,
porque ele volta com mais força",
afirma Marco Túlio de Melo, professor do departamento de psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em 2000, Melo pesquisou motoristas de ônibus interestaduais,
e 16% assumiram ter cochilado
até oito vezes durante o trajeto.
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