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São Paulo, domingo, 11 de maio de 2003

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TECNOLOGIA

Versão bicombustível do VW Gol exibe desempenho semelhante com álcool e gasolina

Total Flex se paga em 4 meses

LUÍS PEREZ
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Quando abastecido somente com álcool, o Gol Total Flex fica mais ágil, mas também consome cerca de 30% a mais do que com o tanque só com gasolina. Essas são algumas das conclusões (que batem com os dados fornecidos pela Volkswagen) do teste realizado pela Folha e pelo IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) com o modelo bicombustível recém-lançado.
Nele, o motor funciona com gasolina, álcool ou a mistura dos dois, em qualquer proporção, dentro do tanque. É um programa de computador, o SFS (Software Flexfuel Sensor), que identifica e quantifica a mistura.
Na prática, a versão vale a pena pela liberdade de escolha e possibilidade de economia. De acordo com o matemático José Dutra Vieira Sobrinho, se o álcool custar mais de 70% do preço da gasolina, não vale a pena usá-lo (veja como calcular no quadro ao lado).
A economia que o modelo permite faz com que os R$ 950 que ele custa a mais sejam pagos, em média, no prazo de quatro meses.
Nas ruas, a primeira pergunta feita sobre o carro é: qual é a diferença entre colocar um combustível ou outro? Resposta: nenhuma. E ainda bem. Com álcool, o carro não falha nem demora a pegar numa manhã fria -fatos que já fazem parte do passado até para veículos exclusivamente a álcool.
Até o final deste ano, as outras três grandes montadoras nacionais (Fiat, General Motors e Ford) deverão ter modelos bicombustível. A próxima marca a lançar um automóvel do gênero provavelmente será a Chevrolet, que pretende equipar todos os seus carros médios com esse sistema. O primeiro pode ser o Astra.

Na pista
Em desempenho há empate técnico: com gasolina, ele desenvolve 97 cv (cavalos) de potência; com álcool, 99 cv, números semelhantes às versões normais do Gol.
Embora os resultados de aceleração e desempenho tenham dado ligeira vantagem para o abastecimento a gasolina, o engenheiro Clovis Teruo Matsumoto, um dos responsáveis pelo teste, explica que isso ocorreu em razão da grande variação de temperatura.
No dia do teste a álcool, a temperatura estava em 33C; no do a gasolina, em 22C. "Quanto menor a temperatura, melhor o desempenho", explica o engenheiro.
A aceleração de 0 a 100 km/h registrada foi realizada em 11,55 segundos, quando abastecido com gasolina, e em 11,79s, com álcool. Quando se enche o tanque de álcool, o carro fica mais "gastão", rodando 7,2 km/l na cidade e 11,3 km/l na estrada. Se o modelo é abastecido com gasolina, esses números sobem para 10,2 km/l e 15,5 km/l, respectivamente.



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