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TECNOLOGIA
Versão bicombustível do VW Gol exibe desempenho semelhante com álcool e gasolina
Total Flex se paga em 4 meses
LUÍS PEREZ
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO
Quando abastecido somente com álcool, o Gol Total
Flex fica mais ágil,
mas também consome cerca de 30%
a mais do que com o tanque só
com gasolina. Essas são algumas
das conclusões (que batem com
os dados fornecidos pela Volkswagen) do teste realizado pela Folha e pelo IMT (Instituto Mauá de
Tecnologia) com o modelo bicombustível recém-lançado.
Nele, o motor funciona com gasolina, álcool ou a mistura dos
dois, em qualquer proporção,
dentro do tanque. É um programa de computador, o SFS (Software Flexfuel Sensor), que identifica e quantifica a mistura.
Na prática, a versão vale a pena
pela liberdade de escolha e possibilidade de economia. De acordo
com o matemático José Dutra
Vieira Sobrinho, se o álcool custar
mais de 70% do preço da gasolina,
não vale a pena usá-lo (veja como
calcular no quadro ao lado).
A economia que o modelo permite faz com que os R$ 950 que
ele custa a mais sejam pagos, em
média, no prazo de quatro meses.
Nas ruas, a primeira pergunta
feita sobre o carro é: qual é a diferença entre colocar um combustível ou outro? Resposta: nenhuma.
E ainda bem. Com álcool, o carro
não falha nem demora a pegar
numa manhã fria -fatos que já
fazem parte do passado até para
veículos exclusivamente a álcool.
Até o final deste ano, as outras
três grandes montadoras nacionais (Fiat, General Motors e Ford)
deverão ter modelos bicombustível. A próxima marca a lançar um
automóvel do gênero provavelmente será a Chevrolet, que pretende equipar todos os seus carros médios com esse sistema. O
primeiro pode ser o Astra.
Na pista
Em desempenho há empate técnico: com gasolina, ele desenvolve
97 cv (cavalos) de potência; com
álcool, 99 cv, números semelhantes às versões normais do Gol.
Embora os resultados de aceleração e desempenho tenham dado ligeira vantagem para o abastecimento a gasolina, o engenheiro
Clovis Teruo Matsumoto, um dos
responsáveis pelo teste, explica
que isso ocorreu em razão da
grande variação de temperatura.
No dia do teste a álcool, a temperatura estava em 33C; no do a
gasolina, em 22C. "Quanto menor a temperatura, melhor o desempenho", explica o engenheiro.
A aceleração de 0 a 100 km/h registrada foi realizada em 11,55 segundos, quando abastecido com
gasolina, e em 11,79s, com álcool.
Quando se enche o tanque de álcool, o carro fica mais "gastão",
rodando 7,2 km/l na cidade e
11,3 km/l na estrada. Se o modelo
é abastecido com gasolina, esses
números sobem para 10,2 km/l e
15,5 km/l, respectivamente.
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