São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002

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MERCADO

Com a redução do tributo, Palio ELX 1.3 fica só R$ 274 mais caro que o 1.0; diferença entre o Polo 1.6 e o 1.0 é de R$ 610

IPI agora dá uma mão aos não-"populares"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O consumidor deve pensar duas vezes antes de comprar um "popular". Anunciada na semana passada, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) beneficia quem vai adquirir um modelo com motor acima de 1.000 cm3. A diferença entre, por exemplo, um Volkswagen Polo 1.6 e o 1.0 é de apenas R$ 610.
O motivo? O tributo para os veículos entre 1.000 cm3 e 2.000 cm3 caiu de 25% para 16%. No caso dos "populares", a redução foi de um ponto percentual, passando de 10% para 9% até 30 de outubro. Motores maiores, como 2.4 ou 3.0, não serão afetados.
Segundo o governo, a idéia é "estimular as vendas" -na verdade, é desovar os estoques. Como os acúmulos maiores são dos modelos mais caros, são eles que apresentam "descontos" mais sensíveis. O Honda Civic LX 1.7 está R$ 3.186,27 mais barato; o Renault Clio RL 1.0 16V, R$ 100.
Outra "bagunça" chegou à Fiat. O Marea 2.0 Turbo passou de R$ 51.317 para R$ 47.242. O sedã equipado com motor 2.4 continua custando R$ 49.934. Agora, o motorista deve optar pelo câmbio automático (e pagar mais) ou levar um motor turbinado (22 cavalos mais potente).
A Mercedes-Benz e a Mitsubishi são as únicas montadoras que ainda não falam em alterações de preço. A Ford não definiu os novos valores do Fiesta 1.6.

Futuro
A esperança das montadoras é crescer com o recuo do IPI, mas poucas anunciam suas expectativas. A Renault estima que, entre os carros que comercializa, a venda dos "populares" caia de 61% para 56%. Na Fiat, os 1.0 passariam a responder por 65% da comercialização dos zero-quilômetros, contra os atuais 75%.
A Volkswagen afirma que vai esperar a reação do mercado para alterar seu mix de produção. A possível volta do Gol 1.6 não foi confirmada pela empresa.
A General Motors não comenta se aumentará vendas ou atividade industrial, mas diz que a expectativa é ter um mercado "reativado" para garantir a produção.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)



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