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ESPÍRITO NATALINO
Ações sociais de fábricas focam principalmente educação
Montadoras esboçam o bem com giz
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
É preciso deixar os automóveis
de lado para encontrar um ponto
em que as montadoras concordam. Quando a pauta é responsabilidade social, elas fazem coro
e investem na educação.
"Os resultados que advêm da
educação influenciam outras
áreas, como a saúde", resume Pedro Luiz Dias, vice-presidente do
Instituto General Motors.
"Com educação de qualidade é
possível mudar vidas", completa
Margareth Goldenberg, superintendente do Instituto Ayrton Senna. "Muitas montadoras formam
os próprios funcionários."
Segundo o Instituto Ethos de
Responsabilidade Social, as empresas de grande porte de todas as
áreas investem em educação.
Uma pesquisa do Gife (Grupo de
Institutos, Fundações e Empresas) mostrou que 85,4% de seus
63 associados investem na área.
Por isso o diferencial das montadoras é aplicar em ambiente.
Em geral, elas procuram sindicatos e secretarias de Educação
para começar os programas nas
comunidades onde têm fábricas.
Mas nada impede que a atuação
seja numa localidade distante.
"Até 2006, queremos erradicar
o analfabetismo em Betim com o
ABC+, que dará diploma de ensino fundamental", diz Marco Antônio Lage, diretor de comunicação corporativa da Fiat. Só que
outras 5.000 pessoas devem ser
beneficiadas em Alcântara (MA).
Mas a "menina dos olhos " da
Fiat é o Você Apita. "Ele se transformou em uma grande ação de
cidadania", afirma Lage. Os jovens verificam os problemas do
bairro onde moram ou estudam
-como a falta de faixa de segurança em frente a um colégio.
Cabides
Na Volkswagen, houve uma
mudança de rumo em 2001.
"Quando chegamos ao Brasil, em
1953, não havia mão-de-obra
qualificada. Tudo era ensinado ao
empregado", lembra Simone Nagai, diretora da Fundação VW.
Com a exigência de profissionais qualificados, a entidade se
voltou a comunidades onde tem
plantas. Em São Carlos (231 km a
noroeste de São Paulo), o Estudar
pra Valer! quer melhorar técnicas
de leitura e escrita de 2.700 crianças do ensino fundamental.
Já em Taubaté (130 km a nordeste da capital), a idéia é resgatar
a tradição de rodas de leitura. O
Entre na Roda beneficiará 90%
das escolas do município e vem a
São Paulo no próximo ano. "Em
2004, Resende [RJ] e São José dos
Pinhais [PR] também ganham
projetos sociais", diz Nagai.
A GM comemora a formatura
de 70 estudantes do Jovens Empreendedores. O programa ensina a alunos de escolas públicas
como formar uma empresa e seu
dia-a-dia. A empresa fictícia é
uma fábrica de cabides de alumínio -com produção e venda.
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