São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

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Com mesmo motor, versão repaginada faz menos barulho; espaço é bom, mas bancos continuam com posição predefinida

Mais quieto, Mille mantém desempenho

ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Continua econômico, ficou mais silencioso, mas não melhorou o desempenho de aceleração e retomada. Segundo teste Folha-Mauá, esse é o retrato do novo Fiat Mille, um carro que completa 20 anos de estrada em agosto, sucesso de vendas e que causou polêmica ao mudar a frente e a traseira.
O grande apelo do carro feito em Betim (MG) é o pouco gasto com combustível. Faz 13 km/l na cidade e 18 km/l na estrada.
No teste anterior Folha-Mauá com o "velho" Mille, em julho de 2003, a economia foi ligeiramente maior -13,6 km/l e 18,6 km/l. O concorrente Chevrolet Celta chegava bem perto -12,9 km/l (urbano) e 17,8 km/l (rodoviário)-, enquanto o Volkswagen Gol registrava 12,8 km/l e 16,8 km/l.

Ruído
O barulho do motor é uma questão importante num "popular". Como tem propulsor menos potente, é preciso fazer mais força para obter desempenho.
No teste anterior Folha-Mauá, o Mille era o mais barulhento aos 100 km/h e com os vidros fechados: 76 decibéis. Agora o barulho foi para 72 decibéis -mesmo nível alcançado por Gol (72 decibéis) e Celta (73 decibéis).
Na aceleração de 0 a 100 km/h, houve uma oscilação mínima: antes foram 15,09s e agora, 15,27s.
Ao volante
A Fiat divulga que "os novos bancos foram desenvolvidos para garantir o conforto ao dirigir" e diz que são "ergonômicos e com novas estampas e costuras".
O problema é que eles continuam com pré-regulagens na inclinação do encosto, o que dificulta a melhor adequação.
Os pedais são muito deslocados para a direita, o que não é recomendado por regras de ergonomia -a posição acaba cansando.
Na unidade testada pela Folha, as saídas laterais do ar-condicionado apresentaram fluxo baixo. Internamente, o carro conta a seu favor com um bom espaço. O engate de marchas, a embreagem e o acelerador, macios e confortáveis, facilitam a vida do motorista.
A nova dianteira tem grade, pára-choques e pára-lamas remodelados. Conforme divulga a Fiat, a idéia é dar mais "robustez e dinamismo". A traseira, com lanternas maiores e pára-choques redesenhados, procura, de acordo com a montadora, passar a impressão de que o carro é maior.

Crítica
Muita gente reclamou do novo desenho. Marcelo Silva Oliveira, professor de design de produtos da Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Mackenzie, diz que, antes de criticar, é preciso analisar as limitações de orçamento -o projeto do Mille é antigo, e a montadora não deve investir em muitas mudanças.
Mesmo assim, ele faz algumas observações. "O avanço do plano inclinado da grade gera um desconforto ao insinuar uma grande área de grade escura, desproporcional ao tamanho da frente."
Na traseira, ele diz considerar que o desenho ficou mais moderno, com a retirada do vinco à meia altura, mas que a lanterna não foi bem resolvida.


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