|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com mesmo motor, versão repaginada faz menos barulho; espaço é bom, mas bancos continuam com posição predefinida
Mais quieto, Mille mantém desempenho
ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO
Continua econômico, ficou mais silencioso, mas não
melhorou o desempenho de aceleração e retomada. Segundo teste Folha-Mauá, esse é o
retrato do novo Fiat Mille, um
carro que completa 20 anos de estrada em agosto, sucesso de vendas e que causou polêmica ao mudar a frente e a traseira.
O grande apelo do carro feito
em Betim (MG) é o pouco gasto
com combustível. Faz 13 km/l na
cidade e 18 km/l na estrada.
No teste anterior Folha-Mauá
com o "velho" Mille, em julho de
2003, a economia foi ligeiramente
maior -13,6 km/l e 18,6 km/l. O
concorrente Chevrolet Celta chegava bem perto -12,9 km/l (urbano) e 17,8 km/l (rodoviário)-,
enquanto o Volkswagen Gol registrava 12,8 km/l e 16,8 km/l.
Ruído
O barulho do motor é uma
questão importante num "popular". Como tem propulsor menos
potente, é preciso fazer mais força
para obter desempenho.
No teste anterior Folha-Mauá, o
Mille era o mais barulhento aos
100 km/h e com os vidros fechados: 76 decibéis. Agora o barulho
foi para 72 decibéis -mesmo nível alcançado por Gol (72 decibéis) e Celta (73 decibéis).
Na aceleração de 0 a 100 km/h,
houve uma oscilação mínima: antes foram 15,09s e agora, 15,27s.
Ao volante
A Fiat divulga que "os novos
bancos foram desenvolvidos para
garantir o conforto ao dirigir" e
diz que são "ergonômicos e com
novas estampas e costuras".
O problema é que eles continuam com pré-regulagens na inclinação do encosto, o que dificulta a melhor adequação.
Os pedais são muito deslocados
para a direita, o que não é recomendado por regras de ergonomia -a posição acaba cansando.
Na unidade testada pela Folha,
as saídas laterais do ar-condicionado apresentaram fluxo baixo.
Internamente, o carro conta a seu
favor com um bom espaço. O engate de marchas, a embreagem e o
acelerador, macios e confortáveis,
facilitam a vida do motorista.
A nova dianteira tem grade, pára-choques e pára-lamas remodelados. Conforme divulga a Fiat, a
idéia é dar mais "robustez e dinamismo". A traseira, com lanternas maiores e pára-choques redesenhados, procura, de acordo
com a montadora, passar a impressão de que o carro é maior.
Crítica
Muita gente reclamou do novo
desenho. Marcelo Silva Oliveira,
professor de design de produtos
da Faculdade de Comunicação e
Artes da Universidade Mackenzie, diz que, antes de criticar, é
preciso analisar as limitações de
orçamento -o projeto do Mille é
antigo, e a montadora não deve
investir em muitas mudanças.
Mesmo assim, ele faz algumas
observações. "O avanço do plano
inclinado da grade gera um desconforto ao insinuar uma grande
área de grade escura, desproporcional ao tamanho da frente."
Na traseira, ele diz considerar
que o desenho ficou mais moderno, com a retirada do vinco à meia
altura, mas que a lanterna não foi
bem resolvida.
Texto Anterior: Por conta: Usar carro próprio é mais fácil Próximo Texto: Ficha técnica: Fiat Mille Fire Índice
|