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BURACOS
Ainda restritos aos automóveis de luxo, camada extra de borracha e flancos resistentes podem chegar aos "normais"
Tecnologia já permite rodar com pneus furados
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Modelos topo de linha de montadoras como BMW, Renault, Toyota e Nissan já podem rodar até
200 quilômetros com pneus furados, respeitando o limite de
80 km/h. Enquanto isso é exclusividade de poucos, é bom o motorista evitar passar por um buraco.
"As montadoras têm departamentos especiais para projetar os
carros antes do lançamento no
Brasil. Mesmo assim, a suspensão
mais robusta não resiste à pavimentação inadequada", afirma
Geraldo Negri Rangel, 60, presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).
A tecnologia dos pneus é simples -teoricamente, poderia chegar a todos os modelos. A Bridgestone, por exemplo, usa um reforço de composto especial de
borracha aplicado às paredes do
pneu. Assim, ele suporta o peso
do veículo e as torções da roda.
Por enquanto, o único requisito é
que o carro tenha sistema de monitoramento de pressão.
A Michelin usa dois sistemas.
Com o PAX, o pneu fica apoiado
em uma resina e não se deteriora.
Já o ZP (de pressão zero) usa flancos super-resistentes. Vale lembrar que o corte em um flanco jamais deve ser reparado, pois os
cabos da carcaça se romperam.
Na opinião de Eduardo Lett,
consultor técnico da Dana, os importados mais sofisticados podem se beneficiar dos pneus, mas
sofrem na suspensão. "Eles usam
peças de alumínio, que entortam
mais facilmente. As grandes montadoras estão preferindo utilizar
ferro fundido ou aço forjado."
Na vida real, se não der para
desviar das inúmeras cavidades
espalhadas pelo Brasil, o jeito é
manter a calma e não afundar o
pé no pedal do freio. Ao frear, o
condutor estará deixando a suspensão fechada, rígida e sob pressão. Ou seja, ela não se movimenta e não absorve o impacto.
Diagnóstico
Depois da queda, barulho na
suspensão e direção puxando indicam algum dano. Por isso é importante procurar uma revenda
credenciada e fazer uma revisão
nos pneus e no alinhamento.
Muitas oficinas fazem o serviço
gratuitamente -só cobram se for
preciso trocar alguma peça.
Também ajuda se os pneus forem calibrados corretamente. "As
chances de corte com uma calibragem baixa aumentam muito",
diz Renato Silva, gerente de produto da Michelin. Pressão abaixo
de 20% do recomendado faz o risco de rasgos crescer 53% em buracos de 10 cm de profundidade.
Estatísticas do Programa de Redução de Acidentes no Trânsito,
do Ministério dos Transportes,
mostram que acidentes causados
por defeitos na via vêm crescendo. Em 2003, foram 3.387 e causaram a morte de 106 pessoas. No
ano anterior, haviam sido 2.657,
contra 2.010 de 2001.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM E ROSANGELA DE MOURA)
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