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FÉRIAS SOBRE RODAS
Equipamentos de segurança, como macacos, podem estar quebrados e deixar motoristas na mão
Vistoria antes de sair evita dor de cabeça
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Fazer uma vistoria atenta antes
de sair da locadora pode ser o remédio para evitar as dores de cabeça de quem aluga um carro. O
engenheiro Mario Calcagnini, 31,
não fez isso e, por pouco, não ficou a pé. Ele alugou um buggy na
Bahia e só notou que o macaco estava quebrado quando o pneu furou numa estrada de terra.
"Era noite e não havia luz. Liguei para a agência e disseram
que eu mesmo teria de trocar o
pneu porque a assistência 24 horas era apenas para panes mecânicas. Fui dirigindo com o pneu furado até o hotel e tive de pedir um
macaco e uma chave de roda emprestados", conta Calcagnini, que
devolveu o carro no dia seguinte,
pediu e conseguiu reembolso das
diárias pagas antecipadamente.
"Em casos como esse, o cliente
tem o direito de exigir o reparo ou
trocar o veículo por outro igual.
Se a locadora não tiver um da
mesma categoria, o consumidor
tem duas opções: pedir um mais
barato e receber a diferença ou ficar com um mais caro, pagando o
mesmo valor", explica Dante Kimura, do Procon de São Paulo.
Quem está fora do Brasil deve ficar atento aos tipos de seguro e às
limitações. Os nomes e as siglas
usados podem confundir. Um seguro total (LDW) nos Estados
Unidos, por exemplo, significa
que todos os sinistros estão inclusos e que não há franquia.
Já no Brasil, a proteção completa significa que todos as ocorrências estão cobertas, mas pode haver ou não franquia a pagar.
"A nossa prática é oferecer proteção com franquia. Isso é uma
maneira de fazer com que o cliente assuma uma responsabilidade
pelo carro", justifica Alberto Vidigal, presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de
Automóveis).
Na Europa, o seguro feito em
um país pode não ser válido em
outro. As locadoras exigem que o
cliente avise, na hora de retirar o
carro, se vai cruzar fronteiras.
"Por causa da incidência de roubos, principalmente na Itália e no
Leste Europeu, as lojas impõem
restrições", afirma Bernd Uhl, gerente-executivo no Brasil da corretora alemã Pallas.
As locadoras também adotam
medida semelhante para permitir
que o viajante cruze a fronteira do
Brasil com seus países vizinhos.
Na Europa, há opções de seguros com e sem franquia e com
franquia reduzida. A escolha vai
depender do perfil do condutor.
"Se a pessoa não conhece o idioma do país e não está acostumada
a dirigir no exterior, recomendo
fazer um seguro com proteção
mais ampla", afirma Tasso Gadzanis, presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de
Viagens).
Tranqüilidade
Quem resolve pagar mais barato
e não contrata a proteção tem de
estar ciente dos riscos. A diária de
um carro básico no Brasil custa a
partir de R$ 45 sem seguro e R$ 60
com seguro. Nos EUA, os preços
não variam tanto. Lá um carro de
luxo, como um Lincoln Town
Car, sem seguro, pode ser encontrado por U$$ 108 a diária. Com
seguro total, o preço sobe para
US$ 120. "Não vale a pena assumir o risco", afirma Kimura.
Para que não haja o perigo de ficar na mão em caso de pane, é importante ter telefones de emergência. "[O cliente] deve verificar
se não há dificuldade com o idioma e avisar imediatamente a locadora sobre qualquer problema",
diz Jorge Tardin, assessor jurídico
do Procon do Rio de Janeiro.
Cartão de crédito
Em viagens a outros países, é
importante analisar se vale dispensar o seguro da locadora e ficar com a cobertura oferecida pelos cartões de crédito.
Das operadoras no Brasil, apenas Visa e Mastercard oferecem
esse serviço. Mas avisam que há
restrições, como tempo máximo
em que a cobertura é válida e os
países em que pode ser utilizada.
O principal contratempo, no
entanto, é o fato de o cartão não
pagar diretamente o prejuízo. Em
caso de acidente ou roubo, o
cliente precisa ressarcir a loja e depois requisitar reembolso.
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