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Manutenção econômica
Modo de rodar determina vida útil de peça
Congestionamentos e buracos, por exemplo, obrigam a troca prematura de componentes como amortecedor
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mercado de zero-quilômetro
superaquecido é sinal de que
há, nas ruas, muitos carros sem
problemas. Mas, para continuarem assim, exigem atenção,
pois vão rodar por vias esburacadas e enfrentar congestionamentos com certa freqüência.
"Um carro novo raramente
precisa de manutenção corretiva", comenta o mecânico Pedro
Scopino, da oficina que leva seu
sobrenome. O hábito de só
abastecer e trocar o óleo, porém, faz do motor a principal
fonte de visitas a oficinas.
"Desatenção com velas e filtros e sujeira nos bicos injetores são as principais causadoras
de falhas no funcionamento e
no acionamento do motor."
A falta de manutenção nesses
itens causa aumento de consumo de combustível e de emissão de poluentes. "Mas a maioria dos motoristas não sabe o
quanto o carro consome nem
sabe fazer o cálculo."
Para que isso não ocorra, é
preciso obedecer ao prazo sugerido pela montadora para a
troca dos componentes, indicado no manual do proprietário.
Alguns mecânicos, contudo,
dizem ser viável postergar a
troca de alguns. A forma de dirigir, a quilometragem rodada e
por onde o carro circula determinam o desgaste das peças.
César Samos, da Mecânica do
Gato, diz que um amortecedor
suporta 50 mil quilômetros,
mas passar por buracos e lombadas constantemente obriga a
alinhar e balancear. "Como o
carro já está no elevador, dá para checar irregularidades como
vazamento, o que previne problemas no sistema todo."
Outro exemplo é o sistema de
freios. Ele deve ser verificado a
cada 10 mil quilômetros, mas as
pastilhas poderão ter uma sobrevida de até 50% se o motorista não tiver o costume de
apoiar o pé no acelerador (à espera do farol verde, por exemplo) nem frear bruscamente.
Alternativas
De qualquer forma, trocar
peças sempre causa dúvidas. É
possível optar por peças originais, que vêm nas caixas com o
logotipo da montadora, ou por
similares, embaladas pelo fabricante do componente. Peças
remanufaturadas e as recondicionadas também confundem.
A embreagem, o compressor
do ar-condicionado, a junta homocinética, o alternador e o
motor de partida, além de componentes do motor, são vendidos reparados e garantidos pelo
fabricante da peça. Essas peças
remanufaturadas podem ser
instaladas sem preocupação.
Para Alessandro Sdei, da oficina Box 5, a principal vantagem das peças remanufaturadas está no preço, até 30% menor. "E o prazo de garantia é o
mesmo do da peça original."
Scopino recomenda cuidados com as recondicionadas.
"São refeitas por terceiros sem
respeito de normas técnicas
que dão segurança ao produto."
O amortecedor é uma das peça mais sujeitas à remanufatura. "As válvulas internas geralmente não são substituídas, e
elas perdem pressão, o carro
começa a não ter estabilidade e
pode até capotar", alerta.
(ROSANGELA DE MOURA)
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