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Manual carimbado valoriza usado em 5%
Fazer revisão em autorizadas fornece histórico do carro, mas alto preço de mão-de-obra afasta motoristas
CELSO DE CAMPOS JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a grande oferta de usados, a manutenção torna-se um
diferencial decisivo na hora da
revenda. Mas como provar que
um carro teve cuidados adequados ao longo dos anos?
Em um mercado caracterizado pela desconfiança generalizada, o melhor argumento ainda é o manual carimbado -o
que mostra que as revisões foram feitas na concessionária e,
de quebra, vale uma pequena
valorização do veículo.
"O manual carimbado é de
grande valia para um carro com
três, quatro anos de uso. Com
ele, tem-se um histórico bem
objetivo, sabe-se que passou
pelos processos de revisões da
garantia. Isso dá ao veículo
maior valor agregado na negociação", diz George Assad Chahade, presidente da Assovesp
(Associação dos Revendedores
de Veículos Automotores no
Estado de São Paulo).
"Em média, um seminovo
com manutenção comprovadamente feita nas autorizadas pode ter uma valorização de até
5% em relação a um similar
com manutenção em oficina
particular", completa.
É exatamente esse o motivo
que faz o empresário Eduardo
Antonio Gouveia dos Santos,
47, buscar só carros com revisões chanceladas. "A manutenção nas concessionárias dá segurança. Prefiro não sair fora
de onde tenho confiança para
evitar ser enganado", diz ele,
que faz questão de realizar toda
a manutenção em autorizadas.
No entanto esse exemplo não
é seguido nem mesmo pelos
donos de carros que ainda estão
dentro do período de garantia.
"Cerca de 50% dos carros que
chegam aqui não têm os carimbos das revisões", calcula o revendedor José Tuba, da Tuba
Comércio de Veículos.
Para ele, a razão desse índice
é o alto custo da manutenção
na rede oficial. "A mão-de-obra
é gratuita na garantia, mas o
preço cobrado para trocas de
peças, por exemplo, é abusivo.
Aí o sujeito faz a primeira, faz a
segunda e desiste porque qualquer serviço que custe R$ 80
não sai por menos de R$ 500."
Procurada pela Folha, a Fenabrave (Federação Nacional
da Distribuição de Veículos
Automotores) não se pronunciou. Segundo Alessandro Sdei,
da oficina Box 5, a diferença é
causada pelos altos custos fixos
das concessionárias, como o
aluguel em ruas estratégias.
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