|
Próximo Texto | Índice
SALÃO DE TÓQUIO
Montadoras nipônicas mostram estudos de como seria o futuro dos veículos, ambientalmente corretos e voltados cada vez menos para o transporte coletivo
Japão abre portas para um futuro pequeno
EDSON FRANCO
ENVIADO ESPECIAL AO JAPÃO
Se depender dos japoneses, a
técnica do bonsai vai ditar as linhas do carro do futuro. Pelo menos isso é o que indicam os protótipos mais sedutores do 37º Salão
de Tóquio, que liberou o acesso
ao público ontem e deve permanecer aberto até o próximo dia 5.
Nada mais natural que esse processo de miniaturização da frota
venha de um país que tem dificuldade para espremer 74 milhões de
carros em seu território e que produz mais 9 milhões a cada ano.
Além de pequenos, esses veículos deverão provocar um mínimo
de poluição. Altruísta, essa última
característica gera um paradoxo.
Enquanto o motorista do futuro
protege o ar de todo mundo, ele
viaja cada vez mais solitário.
Exemplo máximo disso é o PM,
conceito que mais provocou torcicolos no estande da Toyota e
candidato seriíssimo a estrela do
evento. Parece uma cápsula da
qual saem quatro rodas.
No interior do habitáculo, o
único ocupante é praticamente
abraçado pelo carro, que fica estacionado "em pé" e faz um alongamento na medida em que é utilizado. Caso a intenção seja rodar
apenas na cidade, o condutor fica
numa posição mais ereta. Na estrada, o banco deixa o motorista
numa posição próxima à dos pilotos de Fórmula 1.
Como uma moto
A Suzuki estreou no salão o conceito S-Ride, um minicarro que
leva duas pessoas e "roubou" das
motos a idéia de transformar o
passageiro em garupa.
Duas pessoas também cabem
no conceito JIK00, o pequeno notável da Nissan.
O Mazda Ibuki é um exercício
de estilo que tenta antecipar como
o roadster MX-5 pode ficar daqui
a meia década -um visual menos musculoso e mais "clean".
Mais conhecida por carros preparados para enfrentar pisos irregulares, a Subaru não ficou de fora do processo de miniaturização.
E transformou a aposta nos conceitos R1e e R2. O primeiro é elétrico. O outro roda com gasolina e
tem câmbio de sete velocidades.
Com cara de locomotiva e corpo
de alumínio moldado manualmente, o monovolume Mitsubishi SE-RO desperta o que há de lúdico nos motoristas.
Parece um brinquedo por fora,
mas, por dentro, tem até banco
com jeitão de sofá para dar mais
conforto.
A Daihatsu chegou a dois exemplos que chamaram a atenção. O
D-Bone é mais esportivo, com tiras de lataria que deixam o veículo com um leve aspecto de sandália. Já o Ai ficou quadradinho e
com aspecto mais "família".
Para encerrar o capítulo dos pequenos japoneses, a menor montadora entre as nipônicas com estandes no salão, a Mitsuoka, levou
o Convoy, espécie de utilitário
rústico feito para uma pessoa não
muito grande e cargas diminutas.
Edson Franco, editor de Veículos e
Construção, viajou a convite da Toyota
do Brasil
Próximo Texto: Espaço de sobra fica restrito aos protótipos Índice
|