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ESPECIAL - MOTOS
Vendas crescem e devem bater 2 milhões
Moto mais vendida, Honda CG 150, de R$ 6.913, vende o dobro do carro líder, o Gol; chinesa ganha mercado
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O gráfico do mercado de motos no Brasil forma uma curva
de crescimento desde 1997.
Mas, nos últimos cinco anos, o
ritmo está mais acelerado.
O número de motos vendidas
saltou de 762 mil, em 2002,
para 1,8 milhão, em 2007. E,
se continuar assim, irá ultrapassar, neste ano, a marca de
2 milhões de unidades.
A taxa de crescimento em
2007 foi de 32,7% contra 23,5%
em 2006. Resultado: as vendas
de motos até junho de 2008 já
superam as de 2005 inteiro.
"Preços mais acessíveis, mais
modelos populares e linhas de
financiamento estão fazendo
os consumidores optarem
pelas motos", avalia Paulo
Takeuchi, presidente da Abraciclo (associação brasileira dos
fabricantes de motocicletas).
O resultado é natural, diz
o presidente da Fenabrave (federação nacional da distribuição de veículos), Sérgio Reze.
"Primeiro, porque há mais de
dez anos o segmento vem crescendo ininterruptamente."
"Hoje o automóvel mais vendido no país [o Volkswagen Gol,
a partir de R$ 25.790] soma 20
mil unidades por mês. Já a moto mais vendida [a Honda CG
150, de R$ 6.913] vende, em média, 40 mil", compara Reze.
E ele é ainda mais otimista.
"O mercado pode chegar tranqüilamente a 4,5 milhões de
unidades por ano", prevê.
Motivações
O estudante de arquitetura
Fábio Souza, 24, reforça a estatística. Ele nem pensou em
comprar um carro. Partiu logo
para uma Suzuki Intruder 125.
"Não uso apenas como meio de
transporte. A moto também representa um estilo de vida."
A economia de combustível e
a facilidade de locomoção pesaram na compra, mas a paixão
pelas duas rodas foi determinante para Souza. "Gosto de
viajar, passear, vou até a encontros de motoqueiros", afirma.
O trânsito fez o advogado
Luiz Cláudio Medeiros, 32, trilhar outro caminho. Mesmo de
terno, troca seu Volkswagen
Fox por uma Honda CBX 250
uma vez por semana. "Confesso que comprei para fugir do
rodízio."
No mercado interno, a Honda mantém a liderança, com
73% de participação, seguida
por Yamaha (12%) e Suzuki
(7%). Na comparação com
2006, no entanto, a Honda
já registra queda de 3%.
A chegada de novas marcas
também movimenta o mercado. A Dafra vendeu 16 mil unidades no primeiro semestre
deste ano, e a chinesa FYM, que
chegou ao Brasil em abril, já
emplacou 8.000 motos.
Exportação
Apesar da boa fase, a Abraciclo demonstra preocupação
com o desempenho do setor no
mercado externo. Com a desvalorização do dólar, as motos
brasileiras perderam competitividade, avalia Takeuchi.
"Estamos agindo para evitar
que tenhamos de optar pela importação de algumas peças."
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