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Seguro e manutenção minam economia inicial
Seguradoras não aceitam motos de pequena cilindrada, e peças como bateria custam mais
ARTHUR CALDEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Achar que as motos são mais
econômicas é válido em relação
a combustível e tempo. Mas
gastos com encargos legais, seguro e manutenção devem fazer o motorista colocar na ponta do lápis se vale a pena trocar
as quatro pelas duas rodas.
O contador Dorival Mariani,
38, trocou seu Chevrolet Monza 2.0 por uma Yamaha Fazer
YS 250 e vê como principal
vantagem o tempo menor para
perfazer os 9 km entre sua casa
e o trabalho. "Levava cerca de
40 minutos de carro. Agora demoro, no máximo, 15 minutos."
Além disso, ele gastava cerca
de R$ 60 para abastecer com álcool uma vez por semana. Na
Fazer 250, coloca R$ 20 a cada
15 dias. Esses fatores bastaram
para Mariani não usar mais seu
carro para trabalhar.
O motociclista, porém, logo
se assusta com o DPVAT (seguro obrigatório). Enquanto automóveis pagam R$ 84,55, motos, motonetas e ciclomotores
têm o prêmio fixado em
R$ 254,16. Porém o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores) deles,
no Estado de São Paulo, corresponde a 2% do valor venal; nos
carros a gasolina, vai a 4%.
No caso de motos abaixo de
250 cm3, o motociclista acaba
sendo "obrigado" também a
economizar no seguro privado,
pois a maioria das seguradoras
nem sequer aceita modelos de
baixa cilindrada. A Porto Seguro, por exemplo, foi a única entre as consultadas pela Folha a
proteger a Honda CG 150 e a
Yamaha XTZ 250 Lander.
Mas o valor do prêmio torna
o seguro quase inviável. Cotada
em R$ 11.390 pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas), cuja tabela é usada pelas seguradoras como referência, o prêmio da Yamaha
Lander é de R$ 2.527,46 -mais
de 20% do valor do bem.
Manutenção
Outro item que deve ser levado em consideração é a manutenção. As pastilhas de freio
dianteiras da Honda CG 150,
por exemplo, têm preço médio
de R$ 60, o mesmo valor cobrado pelo jogo do Volkswagen Gol
1.0. Já a bateria da CG 150 sai
por R$ 155,60, enquanto a do
Gol é vendida por R$ 356,50.
No caso de motos de maior
porte, como a Yamaha Drag
Star 650, as peças podem custar mais que as de carros como
o Chevrolet Vectra. A bateria de
uma Drag Star sai por R$ 764
ante R$ 450 da do sedã.
Os pneus, por outro lado, são
mais baratos nas motos. O traseiro da Yamaha custa R$ 596.
Para trocar os do Vectra, é preciso gastar R$ 760, já que se deve comprar um par.
R$ 465,74
é quanto a Honda cobra, sem a
mão-de-obra, pela pastilha de freio
dianteira de uma CB 600F Hornet,
valor que despenca para R$ 170,91
para o Fit, fabricado pela mesma
Honda; em compensação,
substituir o retrovisor do
monovolume sai por
R$ 527,83 ante os R$ 96,96
cobrados pela peça da "naked"; há
um certo equilíbrio de valores
somente na troca do óleo, serviço
que custa R$ 45,33 para a Hornet e
R$ 56,56 para o Fit
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