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AR PURO
Peça evita que sujeira e mocroorganismos entrem no carro e exige manutenção anual; nem todos os modelos têm
Motoristas deconhecem o filtro de cabine
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Cheiro de carpete molhado no
interior do carro, nariz coçando,
sensação de ar saturado no habitáculo ou diminuição da eficiência do ar-condicionado. Esses sintomas podem indicar que não é o
equipamento de conforto que está com problemas, mas, sim, o filtro de cabine. Um outro alerta é
quando o rotor do ventilador começa a emitir ruídos -nesse caso, muito pó se alojou na peça.
Confundido erroneamente com
o filtro de ar-condicionado, o filtro de cabine é desconhecido por
grande parte dos motoristas. "Só
quando são questionados sobre o
terem trocado é que tomam conhecimento que existe", diz Alexsandre André, encarregado de
instalação da loja Mercadocar.
Em 2002, a fabricante de filtros
Fram realizou uma enquete com
mais de 800 proprietários de veículos em todo o Brasil. Metade da
amostra não conhecia nenhuma
marca de filtro e também não se
importava com sua utilidade.
O problema é que a informação
só consta no manual do proprietário, geralmente abandonado no
porta-luvas. Para saber se o carro
o tem, é melhor perguntar na
revenda. Sua existência depende
da versão de acabamento.
"Algumas montadoras não colocam o componente por corte
de custo", afirma Ronaldo D'Amico, supervisor de assistência
técnica da Fram. Assim, o motorista precisa comprá-lo na autorizada ou em oficinas especializadas em ar-condicionado. Custa,
em média, R$ 55 num Ford Ka.
Nos casos em que os veículos não
são projetados com o equipamento, como o Fiat Mille, não é possível fazer a instalação.
A função da peça é evitar a
entrada de bactérias e sujeira
no interior do veículo. Ela também impede que o compartimento dos passageiros seja contaminado por poeira, fuligem a até gases nocivos. O filtro de cabine deve ser trocado uma vez por ano
ou a cada 15 mil quilômetros.
D'Amico comenta que o filtro
de cabine é um produto recente
no mercado. ""Há cerca de cinco
anos as fábricas começaram a desenvolver projetos com ele, por isso o desconhecimento", explica.
Seu nascimento aconteceu na
Europa e envolveu questões de
saúde. No inverno, as plantas soltam o pólen, que fica suspenso na
atmosfera e pode ser nocivo ao
aparelho respiratório. As montadoras, então, incorporaram aos
novos projetos um filtro que trabalhasse na ventilação forçada.
"Há dois tipos de filtro de cabine: o antipartículas e o combinado, que bloqueia até gases nocivos
por ser feito com carvão ativado",
explica Rafael Ubiali Bolzan, diretor de produtos da Mann Filter.
Nos carros com ar-condicionado -55% dos zero-quilômetro o
têm-, o acúmulo de ácaros e
bactérias agrava-se pela umidade
que se junta no filtro. Estudos da
Universidade Federal de Minas
Gerais mostram que o equipamento reúne três tipos de fungos
causadores de alergias.
A Fram tem dados estatísticos
que indicam que as pessoas, no
habitáculo, estão expostas à poluição seis vezes mais do que
quem está na calçada.
Por isso é fundamental manter
atualizada a troca do filtro. No caso da Fiat Doblò e do Chevrolet
Astra, é preciso desmontar parte
do painel. No Peugeot 206, ele é
visível e fácil de ser substituído. O
preço do componente varia de R$
30 a R$ 150 -há quem não cobre
pela mão-de-obra nos casos mais
simples, mas ela costuma ficar na
casa dos R$ 20.
Mas atenção: o barato pode sair
caro. Segundo Bernardo Kruppa,
23, da Klima Car, o filtro saturado
força o motor do ventilador e pode causar a queima da resistência
elétrica.
(ROSANGELA DE MOURA)
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