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ESTRANGEIROS
Manutenção e venda de peças precisam constar por escrito na importação de carros por lojas independentes
Contrato deve garantir serviços; lei exige adaptação
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem compra carros trazidos
ao país por lojas independentes
precisa ter cuidado com as alternativas de manutenção e reposição de peças, dizem especialistas.
O advogado Nelson Miyahara,
ex-presidente da comissão de defesa do consumidor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil),
alerta que devem ser exigidos por
escrito quais são os termos da garantia. "É recomendável fazer um
contrato de venda que também
obrigue a loja ou o importador a
garantir a reposição de peças."
Também é necessário checar a
veracidade das informações.
"Uma vez um cliente veio a minha
oficina e disse que eu havia sido
indicado por uma loja com a qual
eu não tinha nenhum acordo",
conta José Carlos Duarte, da oficina Vorzug, que atende diversas
marcas de importados.
Trâmite demorado
O processo para trazer um carro
ao Brasil é longo. O tempo médio
que as lojas demoram é 120 dias.
A legislação exige testes de emissão de poluentes e de nível de ruído. O carro só é liberado após
aprovação do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis). Outro requisito é o pagamento dos impostos.
Também é importante ficar
atento aos documentos necessários para guardar. Além da nota
fiscal, é preciso exigir da revenda a
guia de importação -uma garantia de que os trâmites para a
nacionalização do carro foram
corretamente cumpridos.
Todo esse processo se reflete no
valor final do produto. Importadores e revendas especializadas
calculam que, acrescidos os valores de impostos, frete, taxas e gastos com testes para homologação,
o carro desembarque no Brasil a
um preço de 120% a 130% mais alto do que em seu país.
Um Lincoln Navigator, por
exemplo, que, nos Estados Unidos, custa entre US$ 50 mil e US$
65 mil, chega ao Brasil por um
preço que varia entre US$ 130 mil
e US$ 140 mil.
Contrariando as recomendações dos órgãos de defesa do consumidor, há quem se aventure a
enfrentar esse périplo burocrático
por conta própria. O administrador Miguel Dale, 50, fez isso quando importou a sua moto Triumph
Tiger, mas alerta sobre as conseqüências da compra direta.
"Foi uma besteira. Na época
[dezembro de 1997], a representação oficial estava se instalando no
país, e eu quis me antecipar", lembra Dale. "O processo burocrático, com papelada, taxas, impostos
e documentos, não é nada simples, e é preciso ter tempo e muita
paciência."
(RAFAEL ALVES PEREIRA)
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