São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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JOGO DOS SETE ERROS

EcoSport traz velho motor Rocam 1.6, e não o Sigma

Jipinho enfrenta terrenos difíceis, mas é lento em arrancada e subida

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O EcoSport se orgulha de ser um modelo com possibilidade de configurações variáveis.
A Folha avaliou o modelo 2.0 com tração 4x4 em circuito "off-road", e a versão Freestyle 1.6 -responsável por 50% das vendas- foi a escolhida para enfrentar o teste Folha-Mauá.
O motor ainda é o antigo Rocam. Segundo a Ford, a nova família Sigma está reservada a plataformas globais (Focus).
"As adaptações para receber o Sigma 1.6 deixariam o Eco- Sport 2011 com preço muito elevado", afirma Linus de Paoli, engenheiro da Ford.
O motor deve entrar só na próxima geração do jipinho, em 2012. E a fórmula "carro novo, motor velho" resultou em números tímidos na pista.
Os 106 cv (com álcool) sofrem para empurrar os 1.202 kg do utilitário -peso da Fiat Palio Weekend Adventure, mas que usa um motor 1.8 da GM.
O EcoSport precisa de 15s para atingir 100 km/h. Quase 2s mais lento que o rival indireto Volkswagen CrossFox 1.6.
Em retomadas, piora com gasolina: leva 16,4s de 60 km/h a 100 km/h, ante 11,3s da Palio.
Rodando no dia a dia, o modelo tem dificuldade para encarar subidas, o que não se espera de um veículo com porte de utilitário esportivo.
Se peso e tamanho comprometem o desempenho, são vantagens na hora de enfrentar terrenos difíceis.
A posição elevada de dirigir e a altura de 1,62 m dão a sensação de segurança e a boa visibilidade. Atributos que transformam o EcoSport em alívio para baixinhos e o queridinho entre as mulheres.
Em curvas, porém, é melhor maneirar. O EcoSport até traz, no para-sol, um aviso: "centro de gravidade elevado".

Enchente
A suspensão absorve os impactos sem endurecer os bancos e afetar a dirigibilidade.
O barulho dentro da cabine, alvo de reclamações nas versões anteriores, diminuiu, mas nem por isso a acústica lembra a de uma casa de ópera.
Nos facões e nos trechos alagados montados na pista "off-road", a versão 4x4 passou com tranquilidade.
A lama de cima a baixo só deu trabalho para quem precisou lavar o carro. Nem a roupa dos ocupantes se salvou.
O mérito maior é dos 20 cm de distância em relação ao solo (é a mesma nas versões com tração dianteira ou integral nas quatro rodas).
A tração 4x4 até ajuda, mas o carro consegue sair sem ela e com uma quantidade razoável de lama, mas é bom não abusar. Basta entrar de mau jeito para ter muita dor de cabeça na hora de desatolá-lo.
Aí fará falta a marcha reduzida e o bloqueio de diferencial central dos jipes de verdade.
No Ford, a tração 4x4 faz mais diferença no preço do que na terra. O EcoSport 4WD agora parte de R$ 61.880 -o modelo representa só 5% das vendas.
Segundo a Ford, a capacidade de submersão do EcoSport é de 45 cm. Se, com lama na porta ele vai bem, pode ser uma opção para enfrentar enchentes. Em São Paulo, é só esperar o entardecer nas marginais Tietê ou Pinheiros. (RICARDO RIBEIRO)


INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
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