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JOGO DOS SETE ERROS
EcoSport traz velho motor Rocam 1.6, e não o Sigma
Jipinho enfrenta terrenos difíceis, mas é lento em arrancada e subida
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O EcoSport se orgulha de ser
um modelo com possibilidade
de configurações variáveis.
A Folha avaliou o modelo 2.0
com tração 4x4 em circuito
"off-road", e a versão Freestyle
1.6 -responsável por 50% das
vendas- foi a escolhida para
enfrentar o teste Folha-Mauá.
O motor ainda é o antigo Rocam. Segundo a Ford, a nova família Sigma está reservada a
plataformas globais (Focus).
"As adaptações para receber
o Sigma 1.6 deixariam o Eco-
Sport 2011 com preço muito
elevado", afirma Linus de Paoli, engenheiro da Ford.
O motor deve entrar só na
próxima geração do jipinho,
em 2012. E a fórmula "carro
novo, motor velho" resultou
em números tímidos na pista.
Os 106 cv (com álcool) sofrem para empurrar os 1.202 kg
do utilitário -peso da Fiat Palio Weekend Adventure, mas
que usa um motor 1.8 da GM.
O EcoSport precisa de 15s
para atingir 100 km/h. Quase
2s mais lento que o rival indireto Volkswagen CrossFox 1.6.
Em retomadas, piora com
gasolina: leva 16,4s de 60 km/h
a 100 km/h, ante 11,3s da Palio.
Rodando no dia a dia, o modelo tem dificuldade para encarar subidas, o que não se espera
de um veículo com porte de
utilitário esportivo.
Se peso e tamanho comprometem o desempenho, são
vantagens na hora de enfrentar
terrenos difíceis.
A posição elevada de dirigir e
a altura de 1,62 m dão a sensação de segurança e a boa visibilidade. Atributos que transformam o EcoSport em alívio para
baixinhos e o queridinho entre
as mulheres.
Em curvas, porém, é melhor
maneirar. O EcoSport até traz,
no para-sol, um aviso: "centro
de gravidade elevado".
Enchente
A suspensão absorve os impactos sem endurecer os bancos e afetar a dirigibilidade.
O barulho dentro da cabine,
alvo de reclamações nas versões anteriores, diminuiu, mas
nem por isso a acústica lembra
a de uma casa de ópera.
Nos facões e nos trechos alagados montados na pista "off-road", a versão 4x4 passou com
tranquilidade.
A lama de cima a baixo só deu
trabalho para quem precisou
lavar o carro. Nem a roupa dos
ocupantes se salvou.
O mérito maior é dos 20 cm
de distância em relação ao solo
(é a mesma nas versões com
tração dianteira ou integral nas
quatro rodas).
A tração 4x4 até ajuda, mas o
carro consegue sair sem ela e
com uma quantidade razoável
de lama, mas é bom não abusar.
Basta entrar de mau jeito para
ter muita dor de cabeça na hora
de desatolá-lo.
Aí fará falta a marcha reduzida e o bloqueio de diferencial
central dos jipes de verdade.
No Ford, a tração 4x4 faz
mais diferença no preço do que
na terra. O EcoSport 4WD agora parte de R$ 61.880 -o modelo representa só 5% das vendas.
Segundo a Ford, a capacidade
de submersão do EcoSport é de
45 cm. Se, com lama na porta
ele vai bem, pode ser uma opção para enfrentar enchentes.
Em São Paulo, é só esperar o
entardecer nas marginais Tietê
ou Pinheiros.
(RICARDO RIBEIRO)
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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