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DÚVIDAS ÉTICAS [mande sua pergunta para duvidaseticas@folhasp.com.br]
O que é melhor: trocar de carro ou manter o velho?
CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL
Manter um carro velho gera
mais custos ambientais do
que trocar por um mais moderno, na opinião de Gilmar
Batalha, 48, professor de engenharia mecatrônica da Poli-USP. "Com o carro-museu você arca com um custo alto, polui mais, não gera empregos,
piora o trânsito e impossibilita a reciclagem", diz Batalha.
Mas, do ponto de vista apenas das emissões de poluentes, a diferença se torna significativa apenas ao se comparar veículos de hoje com os de
mais de dez anos. Para Francisco Nigro, 62, professor de
engenharia mecânica da Poli-USP, não vale a pena trocar
um carro recente por um mais
novo apenas levando em conta as menores emissões. "Os
ganhos na redução de poluentes nos últimos dez anos foram muito pequenos", afirma.
Ao comparar os novos automóveis com aqueles com mais
de dez anos, porém, a diferença se torna brutal. "Antes dos
catalisadores de três vias e de
injeção eletrônica, os carros
poluíam dez vezes mais que os
de hoje", afirma Nigro.
Ele diz que, no Brasil, um
carro velho não vai para a sucata: é passado adiante. O problema se torna, então, permitir ou não que uma pessoa de
renda mais baixa tenha meios
de comprar um carro. "Na Europa, o mercado é saturado:
para cada carro que entra no
sistema, um vai para a sucata.
Aqui, para cada carro novo
comprado, uma pessoa entra
no sistema", diz Nigro.
Outra vantagem dos veículos novos é a eficiência. "A relação potência/peso está mudando. Hoje, carros leves de
potência menor têm desempenho melhor. Um Opala 2.5 dos
anos 80 tem desempenho igual
ao 1.6 de hoje", diz Batalha.
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