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Olha o passarinho!
O teste das câmeras digitais
A Folha comparou o desempenho de seis máquinas portáteis; confira as características de cada uma
TONI PIRES
EDITOR DE FOTOGRAFIA
O mínimo que se espera de
alguém que, como eu, trabalha
com fotojornalismo há mais de
20 anos, é que saiba indicar
uma máquina fotográfica a um
amigo. Mas fotojornalistas
usam câmeras profissionais,
são íntimos das robustas, diferentes dessas portáteis com as
quais passei dez dias.
Primeiro susto: somadas as
seis máquinas de última geração, não pesam nem metade do
equipamento que um repórter
fotográfico carrega. Sonho de
fotógrafo é ter o máximo no mínimo. As pequenas notáveis
cumprem esse papel.
A primeira providência foi
ler os manuais. Não me decepcionei: todos ensinam a base
para obter uma boa foto. O
mais completo dos seis é o do
modelo da Kodak (Easyshare
M863). O mais simples, nem
por isso pior, é o da Mirage
Prince: enxuto e direto.
Por falar da Mirage, um parêntese: essa marca sem muito
apelo para brasileiros tem uma
vantagem. O modelo testado
tem uma pequena memória interna de 32 MB, que pode "salvar a vida" de quem esquece de
levar cartão-reserva ou, como a
gente diz na redação, daquele
fotógrafo que tem "dedo pesado" e vai clicando tudo. Quando
chega a hora de apagar as velinhas, cadê espaço para mais
uma foto? Pois essa memória
"salva a vida", embora a máquina não tenha lentes de qualidade excelente.
Instalei o software de todas
as câmeras, cliquei em diferentes situações de luz, transferi
arquivos, enfim, fiz o que pude
para avaliar a praticidade dos
modelos. Todas as imagens foram descarregadas no mesmo
computador, usando os programas das próprias câmeras.
Bem, na seqüência do meu
breve namoro com as pequenas, desprezei a resolução
anunciada pelo fabricante. Hoje, os tais dos megapixels determinam a decisão de compra de
um futuro fotógrafo. Isso é importante, mas menos do que a
publicidade gosta de martelar.
Vale o "conjunto da obra".
Primeiro você deve responder algumas perguntas: "o que
quero fotografar?", "o que vou
fazer com as fotos?", "em que
tamanho máximo vou ampliá-las?", "vou levar a câmera para
todo lado ou só em viagens?".
Depois de responder com
sinceridade, pode decidir melhor. Se não vai ampliar imagens em papel, em tamanho superior a 30 x 40 cm, não precisa
investir em arquivo gigantesco.
O segundo passo é avaliar o
conjunto de lentes, o tipo de
CCD, que é a alma da câmera. É
nele que quase tudo começa.
Também é fundamental verificar flashes, recursos automáticos e manuais e consumo de baterias. Outro ponto é o tipo de
cartão usado na câmera. O modelo da Olympus, por exemplo,
exige cartão xD, com preço
pouco competitivo.
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