|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ONGs e economistas têm críticas ao movimento
O "comércio justo" está longe de ser uma unanimidade.
Críticas e ressalvas partem não só da academia, mas também
das próprias entidades que ajudam a construir o movimento
no Brasil e no mundo.
Uma das discussões centrais é sobre a venda ou não de
produtos "justos" em grandes redes de supermercado, o
que, para alguns, poderia descaracterizar a natureza desse
tipo de sistema, embora seja visto como um meio importante
para escoar a produção.
"O comércio justo, como projeto político, se propõe a criticar
esse modelo econômico. Muitas vezes, precisa ‘flexibilizar’
seus princípios, para fornecer a quantidade que o supermercado
demanda para abastecê-lo", diz Renata Pistelli,
30, diretora do Instituto Kairós. A entidade faz parte da Faces
do Brasil, rede de ONGs que participaram da criação das diretrizes
do comércio justo no país.
O movimento se apóia sobre uma base frágil, na visão de
Claudemir Galvani, professor de economia da PUC-SP: "O
calcanhar-de-aquiles do comércio justo é depender da boa
vontade das pessoas. Em uma crise, a primeira coisa que os
consumidores vão cortar são os custos. Se a renda cai numa
grande proporção, a demanda por esses produtos também
cai, embora as pessoas se preocupem com o que compram".
Texto Anterior: "Preço justo" ajuda projetos sociais Próximo Texto: Tudo começou na Holanda Índice
|