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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]
BOBAGENZINHAS PARA TODOS
Loja tem boa seleção de supérfluos divertidos para quem procura um presente original sem ter que gastar muito
O espaço pratica um princípio que deveria ser lei: garante diversão para todos
TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Loja Loja se esconde num
endereço improvável, a meio
caminho do centro, e pratica
um horário baladeiro: não abre
antes do meio-dia e só fecha às
23h30. Vizinha e parente do
La Tartine, com o qual compartilha daquele inimitável
engenho francês para criar atmosfera, oferece à turma da fila do restaurante a chance rara
de fazer um consuminho fora-de-hora, o que, convenhamos,
é outra adrenalina.
Com o espírito dos moquifos
cheios de surpresas do Marais
parisiense e olho bom para a
produção local de delícias supérfluas, acaba fazendo conquistas que vão além da primeira noite.
Para achar presentes originais, é a loja. Mais irreverente
e barata do que ótimas casas do
ramo, como 62º e Coisas da
Doris, pratica um princípio
que deveria ser lei: garante diversão para todos. Dos que podem pagar uma grana por um
lustre de vidro mexicano colorido aos que se dão por satisfeitos de levar para casa uma vela
em forma de gato preto
(R$ 6,50), um saleiro-pimentão (R$ 15) ou uma bolsa de
água quente com capa de soft
(R$ 35).
Nos ambientes de um sobradinho em vias de extinção, que
mantêm o clima de sala, cozinha e quintal, oferece um bom
sortimento do trivial-presente-moderno, como adesivos de
parede, caderninhos chiques e
uma pequena seleção de itens
"sérios", como louças e relógios de parede.
Mas sua especialidade é o divertido. Os utensílios incluem
uma frigideirinha que faz panquecas com cara de urso
(R$ 110); entre os objetos, um
depilador Ladyshave anos 80
no estojo original (R$ 90) e um
corpo de cachorro-salsicha para vestir no isqueiro Bic (R$ 5).
No segundo andar, o "quarto
das meninas" abriga o menor
brechó do mundo, com uma
arara só, mais peças seletas de
marcas novas, cortinas e almofadas étnicas e achados sortidos, como o cacto para pendurar bijuterias (R$ 40).
Ainda que com deslizes- a
sacolinha de ráfia de R$ 68, por
exemplo-, os preços são os
mais justos do segmento. Sim,
algumas coisas poderiam ser
arrematadas no fornecedor
por menos. É o caso dos plásticos estampados com legumes
ou pingüins, que viram excelentes toalhas de mesa (R$ 45).
Mas, pensando bem, para não
ter que virar o Brás atrás disso,
está valendo.
ONDE ENCONTRAR
Loja Loja
r. Fernando de Albuquerque, 255,
Consolação, tel. (11) 3120-5320,
São Paulo
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