São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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QUESTÃO AGRÁRIA
Invasões vão continuar
MST anuncia fim de trégua com governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A direção do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) anunciou ontem o fim da trégua com o governo e a possibilidade de novas invasões de terras e de prédios públicos.
A decisão foi tomada após o governo ter desmarcado uma reunião que ocorreria ontem entre o MST, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e os ministros Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) e José Gregori (Justiça).
"O governo mostrou incompetência e falta de vontade de dialogar. Isso irá provocar uma reação imediata dos trabalhadores sem terra", afirmou Gilberto Portes de Oliveira, membro da direção nacional do MST.
Essa reação, segundo Oliveira, pode ocorrer por meio de ocupações de terras improdutivas ou pela invasão de prédios públicos. "A direção estava orientando as bases a segurar o movimento. Agora, as bases estão livres para agir como acharem melhor."
Além da suspensão da reunião, a liderança do MST reclama do bloqueio dos financiamentos dos assentados, depois que foi revelado que parte do dinheiro era utilizado para financiar o movimento. Oliveira alega que a verba ainda não foi liberada.
O diálogo com o governo teve início após a mobilização nacional do MST, que invadiu prédios públicos entre os dias 2 e 5 de maio. Com a intermediação da CNBB, ficou acordado que os sem-terra deveriam desocupar os prédios para serem recebidos por Jungmann e Gregori.
A primeira reunião foi marcada para 30 de maio, mas foi adiada porque o MST invadiu dez agências do Banco do Brasil na região do Pontal do Paranapenema.
O ministro Jungmann foi procurado, mas não respondeu até o fechamento desta edição.


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