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QUESTÃO AGRÁRIA
Invasões vão continuar
MST anuncia fim de trégua com governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A direção do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) anunciou ontem o fim da
trégua com o governo e a possibilidade de novas invasões de terras
e de prédios públicos.
A decisão foi tomada após o governo ter desmarcado uma reunião que ocorreria ontem entre o
MST, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e os
ministros Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) e José
Gregori (Justiça).
"O governo mostrou incompetência e falta de vontade de dialogar. Isso irá provocar uma reação
imediata dos trabalhadores sem
terra", afirmou Gilberto Portes de
Oliveira, membro da direção nacional do MST.
Essa reação, segundo Oliveira,
pode ocorrer por meio de ocupações de terras improdutivas ou
pela invasão de prédios públicos.
"A direção estava orientando as
bases a segurar o movimento.
Agora, as bases estão livres para
agir como acharem melhor."
Além da suspensão da reunião,
a liderança do MST reclama do
bloqueio dos financiamentos dos
assentados, depois que foi revelado que parte do dinheiro era utilizado para financiar o movimento.
Oliveira alega que a verba ainda
não foi liberada.
O diálogo com o governo teve
início após a mobilização nacional do MST, que invadiu prédios
públicos entre os dias 2 e 5 de
maio. Com a intermediação da
CNBB, ficou acordado que os
sem-terra deveriam desocupar os
prédios para serem recebidos por
Jungmann e Gregori.
A primeira reunião foi marcada
para 30 de maio, mas foi adiada
porque o MST invadiu dez agências do Banco do Brasil na região
do Pontal do Paranapenema.
O ministro Jungmann foi procurado, mas não respondeu até o
fechamento desta edição.
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