São Paulo, domingo, 05 de janeiro de 2003

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Secretária aposta em nova didática

DA SUCURSAL DO RIO

A secretária de Alfabetização do MEC, Esther Grossi, responde ao ceticismo dos que crêem que o governo não alfabetizará tanta gente em tão pouco tempo dizendo que o governo usará como método o que há de mais moderno em termos de didática.
A secretária diz que o método já foi testado, com sucesso, no interior do Nordeste -onde professores, em média, têm menos qualificação do que os do Sul e os do Sudeste- e pela ONG Geempa (Grupo de Estudos Sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação), da qual faz parte.
Grossi cita também exemplos de cidades que tiveram êxito com o método para rebater críticas de que o período proposto pelo governo para capacitar os professores para alfabetizar -cinco dias- seja muito curto.
"Não estamos nos aventurando. Estamos trabalhando em cima de um modelo testado. Fizemos uma experiência em Canindé [CE], com os professores tendo apenas cinco dias de preparação, com resultados muito positivos", diz.
Outra questão levantada é o risco de haver má-fé de professores e alunos, que poderiam se matricular, mesmo já sabendo ler e escrever, apenas para conseguir os R$ 100 que o governo oferecerá ao aluno e ao professor caso o estudante seja alfabetizado. "Sabemos que alguns podem tentar isso. Mas o professor não estará sozinho, terá acompanhamento, e é possível detectar o nível de alfabetização do aluno. Não é impossível haver corrupção, mas será difícil nos tapearem", diz Grossi.
A pedagoga Vera Lúcia Manzanares, que trabalhou com Grossi no desenvolvimento da nova proposta de alfabetização, explica que ela é baseada em teorias de autores construtivistas e pós-construtivistas. Pela proposta, o professor tem de ter um olhar diferenciado para cada aluno.


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