|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Secretária aposta em nova didática
DA SUCURSAL DO RIO
A secretária de Alfabetização do
MEC, Esther Grossi, responde ao
ceticismo dos que crêem que o
governo não alfabetizará tanta
gente em tão pouco tempo dizendo que o governo usará como método o que há de mais moderno
em termos de didática.
A secretária diz que o método já
foi testado, com sucesso, no interior do Nordeste -onde professores, em média, têm menos qualificação do que os do Sul e os do
Sudeste- e pela ONG Geempa
(Grupo de Estudos Sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e
Ação), da qual faz parte.
Grossi cita também exemplos
de cidades que tiveram êxito com
o método para rebater críticas de
que o período proposto pelo governo para capacitar os professores para alfabetizar -cinco
dias- seja muito curto.
"Não estamos nos aventurando.
Estamos trabalhando em cima de
um modelo testado. Fizemos uma
experiência em Canindé [CE],
com os professores tendo apenas
cinco dias de preparação, com resultados muito positivos", diz.
Outra questão levantada é o risco de haver má-fé de professores e
alunos, que poderiam se matricular, mesmo já sabendo ler e escrever, apenas para conseguir os R$
100 que o governo oferecerá ao
aluno e ao professor caso o estudante seja alfabetizado. "Sabemos
que alguns podem tentar isso.
Mas o professor não estará sozinho, terá acompanhamento, e é
possível detectar o nível de alfabetização do aluno. Não é impossível haver corrupção, mas será difícil nos tapearem", diz Grossi.
A pedagoga Vera Lúcia Manzanares, que trabalhou com Grossi
no desenvolvimento da nova proposta de alfabetização, explica
que ela é baseada em teorias de
autores construtivistas e pós-construtivistas. Pela proposta, o
professor tem de ter um olhar diferenciado para cada aluno.
Texto Anterior: Educação: Para técnicos, analfabetismo vai persistir Próximo Texto: "Só tenho inveja de quem sabe ler" Índice
|