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Três cheques de Abadía podem apontar extorsão
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público
Estadual e a Corregedoria
da Polícia Civil paulista
rastreiam três cheques de
R$ 20 mil cada que, segundo o empresário Daniel
Maróstica, um dos aliados
do narcotraficante Juan
Carlos Ramírez Abadía,
foram usados para corromper um policial civil
do Detran (a delegacia de
trânsito do Estado).
Em seus depoimentos à
Polícia Federal e à Promotoria, Maróstica afirmou
tê-los repassado ao agente
Severino Amâncio Silva,
da 1ª DCT (Delegacia de
Crimes de Trânsito), para
que ele não denunciasse os
carros que Abadía e o seu
grupo mantinham em nomes de laranjas.
Os cheques, ainda na
versão de Maróstica, são
de uma das empresas que
Abadía usava para lavar dinheiro na país, a La Bella
Importação e Exportação
Ltda., com sede na Lapa
(zona oeste de São Paulo).
O empresário deu ainda
outra pista sobre o agente:
o ID (número de identificação) do rádio utilizado
por ele. Maróstica disse
que o policial, após receber os três cheques, deixou
o número para "ajudá-lo
em qualquer coisa".
Silva está de férias desde
17 de setembro e, quando
retornar ao trabalho, em
17 de outubro, será removido de suas funções e passará a cumprir expediente
administrativo no Detran,
já à disposição da Corregedoria. A decisão foi anunciada ontem pelo o diretor
do Detran, Ruy Estanislau
Silveira Mello.
Tanto a Promotoria
quanto a corregedoria
querem descobrir como
Silva teria chegado até
Maróstica para supostamente extorqui-lo. Suspeitam que os dados de
Maróstica foram repassados para Silva por um policial do Denarc (departamento de Narcóticos). Das
cinco extorsões apontadas
por Abadía, duas referem-se a policiais do Denarc.
Silva trabalha no Detran
desde 1995 e nunca teve
nenhuma passagem pela
corregedoria da polícia.
Na tarde de ontem, a
Folha o procurou, mas ele
não foi encontrado para se
manifestar. A assessoria
de imprensa do Detran
também informou não ter
como localizá-lo ontem.
(MCC e AC)
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