São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

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Três cheques de Abadía podem apontar extorsão

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Estadual e a Corregedoria da Polícia Civil paulista rastreiam três cheques de R$ 20 mil cada que, segundo o empresário Daniel Maróstica, um dos aliados do narcotraficante Juan Carlos Ramírez Abadía, foram usados para corromper um policial civil do Detran (a delegacia de trânsito do Estado).
Em seus depoimentos à Polícia Federal e à Promotoria, Maróstica afirmou tê-los repassado ao agente Severino Amâncio Silva, da 1ª DCT (Delegacia de Crimes de Trânsito), para que ele não denunciasse os carros que Abadía e o seu grupo mantinham em nomes de laranjas.
Os cheques, ainda na versão de Maróstica, são de uma das empresas que Abadía usava para lavar dinheiro na país, a La Bella Importação e Exportação Ltda., com sede na Lapa (zona oeste de São Paulo).
O empresário deu ainda outra pista sobre o agente: o ID (número de identificação) do rádio utilizado por ele. Maróstica disse que o policial, após receber os três cheques, deixou o número para "ajudá-lo em qualquer coisa".
Silva está de férias desde 17 de setembro e, quando retornar ao trabalho, em 17 de outubro, será removido de suas funções e passará a cumprir expediente administrativo no Detran, já à disposição da Corregedoria. A decisão foi anunciada ontem pelo o diretor do Detran, Ruy Estanislau Silveira Mello.
Tanto a Promotoria quanto a corregedoria querem descobrir como Silva teria chegado até Maróstica para supostamente extorqui-lo. Suspeitam que os dados de Maróstica foram repassados para Silva por um policial do Denarc (departamento de Narcóticos). Das cinco extorsões apontadas por Abadía, duas referem-se a policiais do Denarc.
Silva trabalha no Detran desde 1995 e nunca teve nenhuma passagem pela corregedoria da polícia.
Na tarde de ontem, a Folha o procurou, mas ele não foi encontrado para se manifestar. A assessoria de imprensa do Detran também informou não ter como localizá-lo ontem. (MCC e AC)


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