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Brasileiro usa protetor solar de modo errado, diz pesquisa
Estudo mostra que apenas 25% dos que usam o produto o aplicam corretamente
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, 70% da população
brasileira não se protege contra os raios solares
DA REPORTAGEM LOCAL
O brasileiro usa muito pouco
protetor solar e, quando o faz,
utiliza os cremes de maneira
errada. A conclusão vem de estudos da Sociedade Brasileira
de Dermatologia.
De acordo com a última pesquisa, do ano passado, 70% dos
brasileiros não usam protetor
solar. Dos que usam, somente
25% o aplicam corretamente,
afirma Marcus Maia, coordenador da campanha nacional
de prevenção do câncer da pele
da sociedade.
"São necessários 40 ml para
uma pessoa de 70 kg a cada
aplicação", diz. Assim, quem
passar seis horas no sol deverá
aplicar o protetor três vezes e
gastará um tubo inteiro, já que
a maioria costuma ter 120 ml.
A explicação para tão pouco
uso passa por questões financeiras, já que o preço dos produtos é considerado alto pelos
consumidores, e chega à consistência dos cremes. Grande
parte os considera "melequentos" e de difícil aplicação (veja o
quadro ao lado). Por causa disso, um protetor em pó ou em
cápsula seria a solução.
Ainda há, porém, poucas pesquisas sobre a Polypodium leucotomos, samambaia encontrada na América Central usada como base num produto que
promete proteção solar prolongada via oral. Dermatologistas
do mundo todo não chegaram a
uma conclusão sobre seus efeitos e riscos. O tema foi discutido no 21º Congresso Mundial
de Dermatologia, que acabou
ontem, em Buenos Aires.
A dermatologista Ediléia Bagatin, professora da Unifesp e
especialista em cosmiatria,
participou de duas discussões
sobre a P. leucotomos. "A primeira questão é que ainda não
há estudos clínicos sobre essa
substância. Um único, em laboratório, mostrou que há algumas evidências de efeito quando o produto é usado na forma de creme", conta. "Mas não há
evidências por via oral."
No Brasil, o produto é vendido na forma de pó e cápsula.
Sobre os riscos, ela não acredita que possam ser graves.
"Ainda não sabemos muito,
mas provavelmente o produto
não causa danos à saúde", diz.
"O que pode ser grave é o fato
de o paciente deixar de usar o
protetor tradicional."
Maurício Pupo, professor de
cosmetologia das faculdades
Unicastelo (SP), Unigranrio
(RJ) e Metrocamp (Campinas/SP), defende o produto: "O
protetor oral reduz o fotodano
porque neutraliza os radicais
livres e prolonga o efeito do
protetor convencional".
(DANIELA TÓFOLI)
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