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DÍVIDA
Governo poupa R$ 94 bi com cenário melhor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deixou de gastar R$
94 bilhões com a administração
da dívida pública por conta da
melhora no cenário econômico
do país. Isso não significa, no entanto, que a dívida tenha sofrido
redução, pois de janeiro para junho deste ano somente o estoque
da dívida em títulos subiu de R$
636,86 bilhões para R$ 669,42 bilhões (alta de 5,11%).
O cálculo dessa economia foi
tornado público pelo Ministério
da Fazenda, em documento sobre
os impactos na dívida pública decorrentes da melhora do cenário
macroeconômico.
Pela análise, um dos efeitos positivos da melhora nos indicadores econômicos foi a redução do
deságio (desconto) exigido pelos
investidores para compra de títulos públicos.
"O Brasil ficou mais rico. Os ativos do Brasil se valorizaram",
afirmou o secretário do Tesouro
Nacional, Joaquim Levy.
Além da queda nos deságios e
da melhora das cotações dos papéis públicos, as reduções recentes na taxa básica de juros (a Selic,
hoje em 24,5% ao ano) devem gerar uma economia de R$ 909 milhões no estoque da dívida.
O impacto da valorização do
real em relação ao dólar ainda
possibilitou uma redução nos fluxos de pagamento de dívida cambial da ordem de R$ 1,8 bilhão, segundo o governo.
A redução no estoque da dívida
cambial, em razão da queda na taxa de câmbio, atingiu o valor de
R$ 32,26 bilhões.
O Banco Central teve ganhos
com as operações de swap (contrato que garante ao investidor a
variação da taxa de câmbio), que
somaram R$ 6 bilhões, o que acabou se refletindo nos resultados
da dívida pública.
"O efeito da melhora no cenário
macroeconômico sobre a dívida
como um todo, incluindo dívida
externa, chega a uma desoneração de quase R$ 100 bilhões", disse o secretário.
O documento informa ainda
que, em julho, o percentual dos títulos que vencem em 12 meses
caiu para 32,11% do estoque total
da dívida. Em janeiro, quando o
presidente Lula assumiu, 40,24%
da dívida era de curto prazo. A
participação dos títulos prefixados também subiu de 2,19% para
6,31% no mesmo período de
comparação.
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