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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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DÍVIDA

Governo poupa R$ 94 bi com cenário melhor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deixou de gastar R$ 94 bilhões com a administração da dívida pública por conta da melhora no cenário econômico do país. Isso não significa, no entanto, que a dívida tenha sofrido redução, pois de janeiro para junho deste ano somente o estoque da dívida em títulos subiu de R$ 636,86 bilhões para R$ 669,42 bilhões (alta de 5,11%).
O cálculo dessa economia foi tornado público pelo Ministério da Fazenda, em documento sobre os impactos na dívida pública decorrentes da melhora do cenário macroeconômico.
Pela análise, um dos efeitos positivos da melhora nos indicadores econômicos foi a redução do deságio (desconto) exigido pelos investidores para compra de títulos públicos.
"O Brasil ficou mais rico. Os ativos do Brasil se valorizaram", afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy.
Além da queda nos deságios e da melhora das cotações dos papéis públicos, as reduções recentes na taxa básica de juros (a Selic, hoje em 24,5% ao ano) devem gerar uma economia de R$ 909 milhões no estoque da dívida.
O impacto da valorização do real em relação ao dólar ainda possibilitou uma redução nos fluxos de pagamento de dívida cambial da ordem de R$ 1,8 bilhão, segundo o governo.
A redução no estoque da dívida cambial, em razão da queda na taxa de câmbio, atingiu o valor de R$ 32,26 bilhões.
O Banco Central teve ganhos com as operações de swap (contrato que garante ao investidor a variação da taxa de câmbio), que somaram R$ 6 bilhões, o que acabou se refletindo nos resultados da dívida pública.
"O efeito da melhora no cenário macroeconômico sobre a dívida como um todo, incluindo dívida externa, chega a uma desoneração de quase R$ 100 bilhões", disse o secretário.
O documento informa ainda que, em julho, o percentual dos títulos que vencem em 12 meses caiu para 32,11% do estoque total da dívida. Em janeiro, quando o presidente Lula assumiu, 40,24% da dívida era de curto prazo. A participação dos títulos prefixados também subiu de 2,19% para 6,31% no mesmo período de comparação.



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