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RECEITA ORTODOXA
Economistas estimam que, se condições macroeconômicas se mantiverem, taxa encerrará semestre em 16%
Analistas esperam novo corte de 0,75 ponto
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Copom ficou dentro da expectativa predominante
dos analistas financeiros. Se não
houver grandes surpresas nos
próximos dados de inflação, de
atividade econômica e no câmbio,
a expectativa é a de que a taxa caia
outro 0,75 ponto percentual na
próxima reunião do Copom, avaliam analistas.
Apesar de uma parcela menor
afirmar que via motivos para que
a taxa básica fosse reduzida em
apenas 0,50 ponto percentual, a
maioria esperava que o mais provável era que a taxa caísse na magnitude que decidiu o Copom, de
18% para 17,25%.
O Copom (Comitê de Política
Monetária, formado por diretores
e o presidente do BC) só voltará a
se reunir no começo de março.
Alexandre Lintz, estrategista-chefe do banco BNP Paribas, diz
que o desempenho do câmbio
nos próximos meses será importante para o Copom definir o ritmo dos próximos cortes.
"Se o câmbio se mantiver nos
atuais patamares, as reduções na
Selic devem se concentrar mais
no primeiro semestre. Nesse cenário, a Selic deve encerrar a primeira metade do ano em 16% e
terminar 2006 em torno dos
15,5%", afirma Lintz.
No fechamento do pregão da
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros) de ontem, os contratos
DI -que mostram as projeções
futuras para os juros- mostravam a expectativa de que deve haver novo corte de 0,75 ponto percentual em março.
Para Alex Agostini, economista
da consultoria Austin Rating, "o
BC está preocupado em manter a
inflação sob controle". "Por isso, é
fundamental que as expectativas
futuras de inflação se mantenham
em linha com a meta do governo." Agostini projeta que haverá
mais um corte de 0,75 ponto percentual na reunião do Copom de
março. Para o fim do ano, o economista afirma que a taxa básica
deve estar em torno dos 15,5%.
Nš 1 em juros reais
Apesar da queda de ontem, o
Brasil é de longe o país com as
maiores taxas reais do mundo. Os
juros reais -calculados considerando a nova Selic e descontando
a inflação projetada para os próximos 12 meses- passaram a ser
de 12,1%.
Logo atrás, ficam as taxas praticadas em Cingapura (6,4%) e na
Turquia (5,7%).
O levantamento foi realizado
pela consultoria GRC Visão.
A taxa real média dos 40 países
que fazem parte do estudo ficou
em 1,5%.
Para o Brasil perder a liderança,
a taxa básica Selic tinha de ter sido
cortada em sete pontos percentuais.
Na segunda-feira, o Banco Central divulgou sua pesquisa semanal, na qual constava a previsão
mediana das instituições financeiras ouvidas, de que a taxa Selic
seria reduzida em 0,75 ponto percentual.
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