São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

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Taxas para o consumidor não devem mudar

DA REPORTAGEM LOCAL

As últimas quatro reduções na taxa Selic, nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado, pouco se refletiram na definição dos juros ao consumidor pelo comércio. A possível queda na Selic em janeiro, pela quinta vez, não deve mudar esse comportamento. O foco da ação do varejo hoje está em vender reduzindo preços em promoções relâmpago ou ampliando prazos.
O corte nos juros implica afirmar que o custo do dinheiro para a loja no mercado caiu, e o comércio, em grande parte a média e pequena loja, diz que ainda paga caro para financiar o consumidor.
A taxa média do varejo se mantém em 6% ao mês nos últimos dois anos, pelo menos -e pouco mais de 100% ao ano. As financeiras, as donas da área de crédito das lojas, informam que eventuais alterações devem ser discretas e pontuais.
Uma redução de 0,75 ponto percentual na Selic (de 18% para 17,25%), acreditam os analistas da área, fará, teoricamente, o juro no varejo cair de 6,15% para 6,09% ao mês (de 104,66% para 103,28% ao ano) -"teoricamente" porque essa simulação da Anefac, a associação dos executivos de finanças, é realizada com base em cálculos matemáticos. Os que as lojas deverão fazer, após a decisão do governo quanto às taxas, só é verificado semanas depois do anúncio do Copom.
Atualmente, as lojas ampliaram os prazos de pagamento e têm dado desconto à vista em determinadas promoções para elevar venda sem reduzir os juros na ponta ao comprador.
As taxas mais elevadas continuam sendo cobradas na modalidade de cartão de crédito. Quem precisa de dinheiro e utiliza o cartão paga juros mensais de mais de 10% ao mês, informa a Anefac.
No caso da pessoas jurídica, com base na possibilidade de uma redução de 0,75 ponto na Selic, cai ligeiramente a taxa média cobrada no mercado para as empresas tomarem recursos. Nesse caso, ela passa de 4,42% ao mês para 4,36% ao mês (de 68,04% para 66,88% ao ano). (ADRIANA MATTOS)


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