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ENERGIA
Segundo dia de rodada de licitações da ANP tem arrecadação de R$ 1 bi
Bacia de Santos se destaca em leilão
PEDRO SOARES
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
No segundo dia da 7ª Rodada de
Licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a bacia de
Santos foi a que mais atraiu o interesse das empresas. Os altos valores pagos pelo direito de exploração dos blocos fizeram com que
esta rodada batesse o recorde de
arrecadação, com R$ 1,085 bilhão
-quase o dobro da última rodada (R$ 665 milhões).
Este valor é referente às áreas
que oferecem risco exploratório,
ou seja, onde só há indícios da
existência de petróleo ou gás natural. Hoje e amanhã, a ANP ainda realiza o leilão de áreas com
acumulações marginais, onde já
se produziu petróleo e a Petrobras
já não tem interesse econômico.
A bacia de Santos teve R$ 504
milhões arrecadados ontem. A arrecadação total foi de R$ 669 milhões. Nos dois dias do leilão, foram oferecidos 1.134 blocos e 251
(22%) foram concedidos.
A Petrobras levou, sozinha ou
em parceria com outras empresas, 96 blocos (38% do total concedido) e desembolsará cerca de
R$ 700 milhões (63% dos bônus).
Em Santos, a empresa arrematou
ontem dois blocos próximos do
campo de Mexilhão, uma megadescoberta de gás. Pagou, em
consórcio com a britânica BG,
R$ 160,18 milhões pelo bloco BS-M-508, com ágio de 968% sobre o
preço mínimo. Foi o maior lance
de toda a rodada.
Por uma área contínua ao campo de Cedro com potencial de gás
e as mesmas características de
Mexilhão, o bloco SM-405, a estatal desembolsou R$ 53,4 milhões.
Segundo o gerente-executivo de
Exploração e Produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno, o
objetivo foi buscar áreas complementares às que já estão em exploração. No total, a Petrobras ficou com seis blocos em Santos.
Também teve destaque na bacia a
participação da Repsol, que, sozinha ou em consórcios, ficou com
nove blocos. Foi a única grande
petrolífera internacional com
uma estratégia agressiva no leilão.
As gigantes mundiais Shell (que
arrematou só um bloco sozinha),
BG e Devon preferiram atuar em
parcerias com a Petrobras.
A parte marítima da bacia do
Espírito Santo, onde a Petrobras
já possui descobertas tanto de
óleo leve como de óleo pesado,
também despertou interesse.
Nesse setor, a Petrobras levou
quatro áreas, sendo três em consórcio com a Shell. A estatal será a
operadora dessas áreas.
O maior lance ficou com o bloco
ES-M-437, pelo qual a estatal e a
Shell ofereceram R$ 45,3 milhões.
Ao todo, nessa bacia, foram arrecadados R$ 72,6 milhões.
Outras grandes ofertas foram
dadas pela Sergipe-Alagoas. Nesse setor, foram arrematados 43
dos 137 blocos leiloados. O total
em bônus somou R$ 37 milhões.
A Petrobras arrematou 13 blocos,
mas empresas de menor porte
também se interessaram.
As petrolíferas internacionais
Devon (EUA) e Eni (Itália) conseguiram arrematar dois blocos na
bacia de Camamu-Almada (BA),
onde há exploração de gás. Pagaram R$ 4,5 milhões e R$ 22,4 milhões, respectivamente.
Na bacia do Solimões, onde há
potencial para exploração de gás,
a empresa Argentina Oil M&S arrematou 21 blocos. A Petrobras,
que ficou com as quatro áreas restantes e pagou 85% dos bônus,
que somaram R$ 3,5 milhões.
A estratégia da estatal em áreas
terrestres foi assegurar blocos nos
quais já tem avaliação da existência de recursos energéticos ou em
locais próximos onde já explora.
Lima, da ANP, avaliou que, nesta rodada, há maior dispersão do
interesse de investidores, que procuraram não só áreas em águas
profundas mas também novas
fronteiras e blocos terrestres.
Lima reclamou que a falta de
verbas impede a atividade. Em
2004, do R$ 1,9 bilhão arrecadado
com participações especiais das
áreas produtoras, 99% foram
contingenciados pelo governo.
Quatro bacias não tiveram oferta: a parte de águas rasas de Campos, a parte marítima de Jequitinhonha, Barreirinhas (MA) e a
Foz do Amazonas.
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