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MERCADO FINANCEIRO
Inflação maior que o esperado nos EUA assusta investidores estrangeiros; dólar avança 0,13%
Bolsa recua 3,88%, 2ª maior queda do ano
DA REPORTAGEM LOCAL
As perdas se aprofundaram na
última hora de pregão, e a Bovespa teve ontem seu segundo pior
dia do ano, ao registrar desvalorização de 3,88%.
A Bolsa abriu em alta, mas os
dados da inflação ao produtor
norte-americano não tiveram boa
repercussão no mercado internacional e doméstico. Com os números da inflação mais fortes que
o desejado pelos analistas (a
maior alta em 15 anos), o temor
de que pode haver elevações mais
fortes nos juros dos EUA voltou a
assombrar o mercado.
Operadores afirmaram que a
venda de ações por parte de estrangeiros foi pesada ontem na
Bovespa.
No mês, o saldo de compras e
vendas de ações feitas pelos investidores estrangeiros está negativo
em R$ 452,7 milhões, até o dia 14.
Nos primeiros dez dias do mês,
esse balanço estava positivo.
"No mundo globalizado, onde o
fluxo de investidores estrangeiros
é cada vez mais decisivo na formação de preços, o máximo permitido aos países emergentes é fazer corretamente o seu dever de
casa macroeconômico, para que
as crises não nos atinjam de forma mais dramática", diz o diretor
responsável pela Modal Asset,
Alexandre Póvoa, em relatório
enviado a clientes.
Com a Bolsa piorando quanto
mais se aproximava o fim do pregão, houve quem chegasse a falar
que temia que o cenário internacional levasse o Copom (Comitê
de Política Monetária) a optar por
interromper o recém-iniciado
processo de redução dos juros básicos da economia.
Mas as taxas futuras de prazos
mais curtos recuaram no pregão
da BM&F, ratificando a expectativa predominante no mercado de
que haverá redução na Selic, que
está em 19,50% anuais.
A taxa do contrato DI que vence
na virada do mês caiu de 19,17%
para 19,14%.
O Copom anuncia hoje, provavelmente no começo da noite, como fica a taxa Selic.
Para o departamento de pesquisas econômicas do Bradesco, a taxa básica será reduzida em 0,50
ponto. "Avaliamos que uma redução de 0,50 ponto é condizente
com uma estratégia gradualista
no retorno da taxa de juros para
uma posição mais neutra. É preciso lembrar que a política monetária ainda se encontra em posição
de aperto", diz o Bradesco.
O dólar subiu 0,13%, a R$ 2,241.
(FABRICIO VIEIRA)
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