São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Inflação maior que o esperado nos EUA assusta investidores estrangeiros; dólar avança 0,13%

Bolsa recua 3,88%, 2ª maior queda do ano

DA REPORTAGEM LOCAL

As perdas se aprofundaram na última hora de pregão, e a Bovespa teve ontem seu segundo pior dia do ano, ao registrar desvalorização de 3,88%.
A Bolsa abriu em alta, mas os dados da inflação ao produtor norte-americano não tiveram boa repercussão no mercado internacional e doméstico. Com os números da inflação mais fortes que o desejado pelos analistas (a maior alta em 15 anos), o temor de que pode haver elevações mais fortes nos juros dos EUA voltou a assombrar o mercado.
Operadores afirmaram que a venda de ações por parte de estrangeiros foi pesada ontem na Bovespa.
No mês, o saldo de compras e vendas de ações feitas pelos investidores estrangeiros está negativo em R$ 452,7 milhões, até o dia 14. Nos primeiros dez dias do mês, esse balanço estava positivo.
"No mundo globalizado, onde o fluxo de investidores estrangeiros é cada vez mais decisivo na formação de preços, o máximo permitido aos países emergentes é fazer corretamente o seu dever de casa macroeconômico, para que as crises não nos atinjam de forma mais dramática", diz o diretor responsável pela Modal Asset, Alexandre Póvoa, em relatório enviado a clientes.
Com a Bolsa piorando quanto mais se aproximava o fim do pregão, houve quem chegasse a falar que temia que o cenário internacional levasse o Copom (Comitê de Política Monetária) a optar por interromper o recém-iniciado processo de redução dos juros básicos da economia.
Mas as taxas futuras de prazos mais curtos recuaram no pregão da BM&F, ratificando a expectativa predominante no mercado de que haverá redução na Selic, que está em 19,50% anuais.
A taxa do contrato DI que vence na virada do mês caiu de 19,17% para 19,14%.
O Copom anuncia hoje, provavelmente no começo da noite, como fica a taxa Selic.
Para o departamento de pesquisas econômicas do Bradesco, a taxa básica será reduzida em 0,50 ponto. "Avaliamos que uma redução de 0,50 ponto é condizente com uma estratégia gradualista no retorno da taxa de juros para uma posição mais neutra. É preciso lembrar que a política monetária ainda se encontra em posição de aperto", diz o Bradesco.
O dólar subiu 0,13%, a R$ 2,241.
(FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Apoio a russos ajuda comércio, dizem analistas
Próximo Texto: Trabalho: Sindicato vê fiscalização omissa em canaviais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.