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TRABALHO
Subdelegacia de Ribeirão não teria respondido a 11 pedidos de averiguação de condições de bóias-frias; responsável contesta
Sindicato vê fiscalização omissa em canaviais
MARCELO TOLEDO
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
Sindicatos de trabalhadores rurais de Guariba e de Jaboticabal,
na região de Ribeirão Preto, acusaram a Subdelegacia do Trabalho de Ribeirão de ter se omitido
na fiscalização das condições de
trabalho dos bóias-frias da região.
A acusação consta em documento da Relatoria Nacional para
os Direitos Humanos à Alimentação Adequada, Água e Terra Rural da plataforma Dhesc Brasil,
com apoio do programa de voluntários da ONU (Organização
das Nações Unidas), concluído
anteontem e que embasará uma
nova missão na região de Ribeirão ainda neste mês.
A relatoria, o Ministério Público
Federal, o Ministério Público do
Trabalho e outras dez organizações apuram as mortes de bóias-frias no interior do Estado. Desde
abril de 2004, foram 11 mortes -a
última, no dia 6 deste mês, em
Valparaíso, está sendo investigada pela Polícia Civil.
Os sindicatos acusaram a Subdelegacia de não ter respondido a
11 pedidos de fiscalização feitos
neste ano, em Guariba e em Jaboticabal. "As fiscalizações no campo são importantes, porque buscam irregularidades", afirmou o
presidente do Sindicato de Guariba, Wilson Rodrigues da Silva.
Os sindicatos fizeram a denúncia e entregaram cópias dos pedidos à força-tarefa que apura as
causas das mortes. Uma suspeita
é que os trabalhadores tenham
morrido devido às más condições
de trabalho. Segundo os sindicatos, a delegacia exigia que eles
apresentassem provas das irregularidades para enviar os fiscais.
O subdelegado do Trabalho,
Paulo Cristino da Silva, afirmou
ontem que todos os pedidos de
fiscalização foram atendidos e
que a afirmação dos sindicalistas
têm como objetivo transferir responsabilidades. "Não é verdade
que isso ocorra. Neste ano, fizemos oito ou nove fiscalizações e
encontramos irregularidades",
disse o subdelegado.
Segundo ele, que se reuniu na
última semana com os sindicalistas, nas fiscalizações foram encontradas irregularidades como a
falta de equipamentos de segurança, de registro em carteira e
problemas com os pagamentos
dos salários. A subdelegacia tem
13 fiscais para atuar em 37 municípios da região.
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