|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BNDES exige acordo para dar ajuda à empresa
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
O presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Guido Mantega, afirmou ontem, por telefone, da Itália, que
o banco poderá vir a ajudar a
Varig, mas desde que se chegue
a um acordo com os credores.
"O BNDES não faz operações
de socorro a empresas, mas se,
por acaso, chegar uma proposta que consiga isolar a dívida
"velha" do ativo da empresa, é
possível o BNDES dar sua contribuição", diz ele.
Segundo Mantega, que participa na Itália da 2ª Conferência
Nacional sobre a América Latina, no Palazzo Mezzanotte, em
Milão, a proposta do BNDES
ainda não está fechada, apesar
de a Varig ter pressa para encontrar uma solução.
O que há, por enquanto, são
estudos técnicos. Nem o valor
da operação foi definido ainda.
Como a Varig é uma empresa
privada, e não uma estatal, "o
BNDES pode, no máximo, dar
sua contribuição", diz ele.
De acordo com Mantega, o
BNDES foi acionado pelo Ministério da Defesa para estudar
uma alternativa com o objetivo
de estruturar a operação de salvamento da Varig. As propostas, no entanto, ainda estão
sendo discutidas no departamento técnico do banco. A diretoria do BNDES não discutiu
o assunto, o que significa que a
proposta ainda está num estágio bastante embrionário.
Mantega disse que irá discutir a proposta no banco após
voltar da Itália, no fim de semana. Até a aprovação, no entanto, ainda levará um tempo, já
que a proposta precisa ser discutida no ministério e nos órgãos de regulação do setor.
Uma das idéias discutidas é o
BNDES liberar cerca de R$ 100
milhões à Varig, que daria como garantia do empréstimo as
subsidiárias VarigLog e VEM
(Varig Engenharia de Manutenção), consideradas "pratas
da casa". Ao mesmo tempo, o
BNDES criaria uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) que ficaria responsável pela
gestão das duas empresas.
A proposta prevê também o
afastamento dos atuais gestores da companhia aérea -entre eles, David Zylbersztajn,
presidente do conselho de administração da empresa, e
Omar Carneiro da Cunha, presidente operacional.
A Varig tem pressa para encontrar uma solução para seu
problema. No dia 20, a Justiça
americana decidirá se renova
ou não a decisão que evita a retomada de mais de 20 aviões da
empresa. Os aviões correm o
risco de serem arrestados nos
EUA, após o dia 20, o que compromete a operação da aérea.
Texto Anterior: Crise no ar: Com "garantia", Alencar aceita socorrer Varig Próximo Texto: Transbrasil pede proteção judicial Índice
|