São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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TRABALHO

Previsão é que até 1,3 milhão de postos seja criado, ante 1,5 milhão no ano passado; último trimestre terá retração

Emprego formal avança menos que em 2004

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As encomendas de final de ano e as atividades do complexo sucroalcooleiro no Nordeste impulsionaram a geração de empregos formais no mês passado e fizeram o mercado de trabalho com carteira registrar o segundo melhor setembro desde 1992. No mês, houve a criação de 189.458 postos.
O número só fica atrás do verificado em setembro de 2004, quando foram abertas 199.742 vagas. Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O levantamento mensal, realizado desde 92 pelo Ministério do Trabalho, abrange todo o mercado formal, exceto os empregados domésticos.
No ano, a quantidade de postos gerados no mercado formal já chega a 1,408 milhão. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou ontem que a previsão é fechar o ano com a criação de 1,2 milhão a 1,3 milhão de postos. Ele adiantou que, deste mês a dezembro, haverá queda na geração de empregos, como sempre ocorre nesta época do ano.
"O emprego neste ano continua crescendo, mas numa velocidade menor do que a registrada em 2004", disse Marinho. No ano passado, o Caged registrou a criação de 1,5 milhão de empregos.
O ministro desconversou quando questionado se o governo Lula cumprirá o compromisso de campanha do PT de gerar 10 milhões de empregos ao longo do mandato. "Nosso compromisso é gerar uma média de 100 mil vagas por mês." A média, até agora, está em 108 mil postos mensais.
Os setores que impulsionaram a geração de vagas em setembro foram a indústria de transformação (80.966 postos), os serviços (63.774 empregos) e o comércio (47.031 vagas). A construção civil abriu 16.630 vagas, o que representou o maior crescimento entre os setores: 1,51%. "Isso demonstra que está havendo investimento no país", disse Marinho.
Pelo segundo mês seguido, a agropecuária perdeu vagas. Em setembro, as demissões superaram as contratações em 23.759 postos. "É um reflexo do ciclo das maiores commodities. Todos os anos, há um crescimento do emprego no setor entre janeiro e julho. Depois declina", disse o diretor do Departamento de Emprego e Salário, Carlos Augusto Simões.
Ele disse que a prolongada seca no Sul contribuiu para agravar a situação. Segundo Marinho, o governo ampliou a oferta de crédito para o agronegócio, mas há queda de preço no mercado externo.

Chorar menos, fazer mais
"É preciso que os grandes produtores chorem menos e façam mais. Eles gostariam de não pagar as dívidas com a União. Como estavam inadimplentes, não tiveram acesso ao crédito liberado."
No caso da indústria, o resultado de setembro foi o melhor dos últimos 12 meses. De acordo com o Ministério do Trabalho, foi a primeira vez, desde outubro de 2004, que a indústria ocupou a liderança entre os setores.

Fôlego da indústria paulista
Após registrar em agosto a menor taxa de contratações do ano, a indústria paulista ganhou fôlego e abriu em setembro 4.334 novos postos de trabalho -alta de 0,22% sobre o mês anterior, a maior em quatro meses.
Segundo o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), o número de vagas abertas em setembro, no entanto, representa um terço do verificado no mesmo mês do ano passado: 12.144.


Colaborou Clarice Spitz, da Folha Online

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