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TRABALHO
Previsão é que até 1,3 milhão de postos seja criado, ante 1,5 milhão no ano passado; último trimestre terá retração
Emprego formal avança menos que em 2004
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As encomendas de final de ano e
as atividades do complexo sucroalcooleiro no Nordeste impulsionaram a geração de empregos
formais no mês passado e fizeram
o mercado de trabalho com carteira registrar o segundo melhor
setembro desde 1992. No mês,
houve a criação de 189.458 postos.
O número só fica atrás do verificado em setembro de 2004, quando foram abertas 199.742 vagas.
Os dados fazem parte do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados). O levantamento mensal, realizado desde 92 pelo
Ministério do Trabalho, abrange
todo o mercado formal, exceto os
empregados domésticos.
No ano, a quantidade de postos
gerados no mercado formal já
chega a 1,408 milhão. O ministro
do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou ontem que a previsão é fechar o ano com a criação de 1,2
milhão a 1,3 milhão de postos. Ele
adiantou que, deste mês a dezembro, haverá queda na geração de
empregos, como sempre ocorre
nesta época do ano.
"O emprego neste ano continua
crescendo, mas numa velocidade
menor do que a registrada em
2004", disse Marinho. No ano
passado, o Caged registrou a criação de 1,5 milhão de empregos.
O ministro desconversou quando questionado se o governo Lula
cumprirá o compromisso de
campanha do PT de gerar 10 milhões de empregos ao longo do
mandato. "Nosso compromisso é
gerar uma média de 100 mil vagas
por mês." A média, até agora, está
em 108 mil postos mensais.
Os setores que impulsionaram a
geração de vagas em setembro foram a indústria de transformação
(80.966 postos), os serviços
(63.774 empregos) e o comércio
(47.031 vagas). A construção civil
abriu 16.630 vagas, o que representou o maior crescimento entre
os setores: 1,51%. "Isso demonstra
que está havendo investimento
no país", disse Marinho.
Pelo segundo mês seguido, a
agropecuária perdeu vagas. Em
setembro, as demissões superaram as contratações em 23.759
postos. "É um reflexo do ciclo das
maiores commodities. Todos os
anos, há um crescimento do emprego no setor entre janeiro e julho. Depois declina", disse o diretor do Departamento de Emprego
e Salário, Carlos Augusto Simões.
Ele disse que a prolongada seca
no Sul contribuiu para agravar a
situação. Segundo Marinho, o governo ampliou a oferta de crédito
para o agronegócio, mas há queda
de preço no mercado externo.
Chorar menos, fazer mais
"É preciso que os grandes produtores chorem menos e façam
mais. Eles gostariam de não pagar
as dívidas com a União. Como estavam inadimplentes, não tiveram acesso ao crédito liberado."
No caso da indústria, o resultado de setembro foi o melhor dos
últimos 12 meses. De acordo com
o Ministério do Trabalho, foi a
primeira vez, desde outubro de
2004, que a indústria ocupou a liderança entre os setores.
Fôlego da indústria paulista
Após registrar em agosto a menor taxa de contratações do ano, a
indústria paulista ganhou fôlego e
abriu em setembro 4.334 novos
postos de trabalho -alta de
0,22% sobre o mês anterior, a
maior em quatro meses.
Segundo o Ciesp (Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo), o número de vagas abertas em
setembro, no entanto, representa
um terço do verificado no mesmo
mês do ano passado: 12.144.
Colaborou Clarice Spitz, da Folha Online
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