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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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Atendimento a empresas em áreas como direito, logística, informática e contabilidade tem expansão

Mercado se mostra prestativo para os serviços especializados

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O ano de 93 foi um divisor de águas na carreira do advogado Vagner Rossi, 48. Depois de ter atuado durante 20 anos na indústria, arriscou abrir um escritório de prestação de serviços na área jurídica. "Deixei de ser empregado para ser empresário", diz Rossi, que considera a decisão acertada.
O negócio se expandiu e os serviços são prestados hoje em família. A mulher, Claudete de Souza, 50, e o filho Augusto de Souza, 21, estão se graduando em direito e são estagiários.
No campo jurídico, as áreas ambiental, trabalhista, tributária, cível e de direito esportivo têm potencial de crescimento. Para Neli Barboza, consultora da Manager, as empresas hoje querem estar seguras quando se trata de impostos e de ações trabalhistas.
Com a onda de terceirização de serviços especializados que se vê hoje, consultorias jurídica, de logística, de informática, de recursos humanos, de engenharia e de contabilidade deverão abrir vagas nos próximos meses, segundo previsão de analistas.
"Hoje, as empresas compram serviços de RH, contabilidade e distribuição logística, pois não podem manter custos fixos em sua estrutura", diz Lélio Tocchio, consultor de RH da Latus. Para ele, a tendência de terceirização de serviços especializados é mundial, mas está mais forte no Brasil. "Os empregos vitalícios estão acabando."
Para muitos, a prestação de serviços é uma oportunidade de ampliar a carteira de clientes. "Tenho hoje um mercado bem maior. Na indústria, é limitado", avalia José Fernandes Lopes, 47, eletricista de manutenção aposentado, que trabalhou durante 22 anos na montadora Volkswagen e atua hoje em uma cooperativa que presta serviços elétricos e hidráulicos.
Gilberto Guimarães, diretor da consultoria BPI do Brasil, avalia que a prestação de serviços gerais voltados a residências e escritórios será um grande negócio nos próximos anos. Comuns no exterior, empresas que agregam os serviços de jardineiro, doméstica, pintor, motoboy, entre outros, já começam a aparecer no país, sob a forma de cooperativas.

Reação
O segmento de comunicação, outro destaque na prestação de serviços, sinaliza melhora, após período de aperto. Agências de publicidade começam a contratar, dizem consultores de RH.
Barboza avalia que o movimento reflete reação das empresas à má fase anterior. "Buscam a área de comunicação para trabalhar o marketing, a jurídica, para cortar custos e a de informática, para melhorar o suporte."
Técnicos também estão em alta e rivalizam com graduados. Há empresas que decidem contratá-los para economizar na folha de pagamentos.
A oferta de postos de trabalho cresce ainda em empresas de telemarketing, que priorizam os candidatos com ensino médio completo e os que estão cursando faculdade. (SR)

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